O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu elogios de parlamentares que participaram da sessão do Conselho de Ética para ouvir o peemedebista sobre a acusação de ter mentido ao dizer não ter contas bancárias fora do Brasil. Os elogios, inclusive de deputados que se opõe a ele, ocorreu durante uma série de perguntas sobre os recursos que detém no exterior.
Mesmo o deputado federal Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS), que não é aliado de Cunha e disse que “trust” parece “uma simulação para esconder recursos de origem não lícita”, ponderou que, “do ponto de vista administrativo”, Cunha “fez a Casa trabalhar, avançar” (Cunha alega não ter contas no exterior em seu nome – que elas pertencem a um trust ligado a ele). “Também teve um papel importante em um momento importante, que era o impeachment”, disse o tucano, ressaltando, contudo, que isso “não o absolve”.
Outro opositor de Cunha, o deputado federal Valmir Prascidelli (PT-SP) também iniciou registrando que reconhecia “a maestria” do presidente afastado para “implementar políticas que vossa excelência defende”. “Nós somos de campos políticos opostos. Vossa excelência tem posições das quais eu discordo radicalmente, mas o admiro pela capacidade que tem. Isso faz com que seus adversários também tenham que aprimorar a capacidade”, disse o petista.
Os aliados de Cunha – praticamente a metade do colegiado tem proximidade com o peemedebista -, também fizeram elogios. “É um prazer revê-lo nesta Casa”, iniciou o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), que na sequência reclamou da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que afastou Cunha de seu mandato. “Foi uma decisão abusiva”, protestou o correligionário.
“Primeiro quero agradecer a presença dele aqui, que decidiu ficar frente a frente com a gente e com a imprensa. É um ato de coragem, altivez, merece nosso respeito”, iniciou o deputado federal Wladimir Costa (SD-PA).
Depois, antes de defender que ter “trust” não é crime, Costa ressaltou que “não morro de amores por Eduardo Cunha”, mas avisou que não utilizaria o caso do Conselho de Ética como “instrumento de vingança”. “Recentemente eu pertencia ao PMDB e ele, quando líder, não foi tão gentil e elegante conosco. Nós fomos tratados lá como o baixo clero do baixo clero. Mesmo assim, isso não torna o meu coração cheio de ódio e rancor”, disse ele.
Reunião
A reunião do Conselho de Ética começou às 9h30 e segue sem interrupção. O relator da representação contra Cunha, Marcos Rogério (DEM-RO), já fez suas perguntas, assim como 12 titulares do grupo que se inscreveram para questionar o pemedebista. Desde 15 horas, o espaço é dado para perguntas de parlamentares que não são titulares do Conselho de Ética.
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