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Delegado da PF que iniciou as apurações da Operação Lava Jato, Marcio Adriano Anselmo lamentou a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que fatia a investigação para outros tribunais. “É triste porque quebrou uma estrutura que já existia. Aqui, o caso está redondo. Quem assumir agora não vai ter a noção do todo como nós temos. Vai ser mais difícil”, declarou nesta quinta-feira (24).

Na quarta (23), o STF decidiu desmembrar uma investigação da Lava Jato sobre suspeitas de desvios no Ministério do Planejamento. A decisão abre caminho para tirar das mãos do ministro Teori Zavascki e do juiz federal Sergio Moro casos ligados à operação que não tenham conexão direta com os desvios na Petrobras.

Anselmo discorda da interpretação de que o esquema não seja promovido pela mesma organização criminosa, como entendeu o Supremo. “Claro que é uma organização só”, afirmou. “O grande objetivo era obter apoio político em troca de dinheiro.”

Também há o temor de que os processos demorem mais a ser julgados no STF, por questão de estrutura.

“Os inquéritos da Lava Jato que foram para lá ainda estão em fase de recebimento de denúncia”, afirmou o delegado, durante uma palestra no encontro da Rede de Controle da Gestão Pública do Paraná, nesta manhã. “A própria estrutura do tribunal não permite que as ações sejam julgadas de uma maneira célere.”

Na PF, os investigadores estão resignados. Eles pretendem avançar nas suspeitas sobre a Petrobras e colaborar com quem assumir o caso em São Paulo, repassando informações, como fizeram com a PGR (Procuradoria-Geral da República), em Brasília.

O envolvimento de outras estatais ou órgãos públicos que apareçam no decorrer dos inquéritos será analisado caso a caso: a intenção inicial da PF é continuar investigando os desvios.

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