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Permanece o impasse sobre o início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado. Sem um entendimento entre a base do governo e a oposição em relação à relatoria da CPI das organizações não-governamentais (CPI da ONGS) dificilmente a CPI da Petrobras será instalada amanhã (10), como está previsto.

Com o impasse, a oposição continua com sua estratégia de obstrução no plenário do Senado, o que, na prática, dificulta a votação de matérias de interesse do governo. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), pediu que todos os tucanos peçam vistas, nas comissões, das matérias de interesse "exclusivo" do governo.

Já na CPI das ONGs, foi a base aliada quem decidiu iniciar nesta terça (9) uma estratégia de obstrução. Isso porque o presidente da comissão, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), decidiu ignorar a questão de ordem apresentada pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), sobre a mudança do relator.

Jucá argumentou que a atitude do presidente da CPI coloca a relação entre governo e oposição sub judice. "Apresentei um requerimento [na CPI da ONGs] para tentar restabelecer um entendimento nesta comissão. A questão de ordem não foi respondida. Como a nossa questão de ordem foi jogada no limbo, iniciamos o procedimento de que o governo estaria obstruindo a comissão", argumentou Jucá.

Para Arthur Virgílio, a questão de ordem do líder governista é uma manobra para não investigar. "Eles não querem [investigar] e se abrirmos a [CPI] da Petrobras eles vão procurar usar a maioria deles para impedir que qualquer coisa séria ande. Só um cego não vê, e o pior cego é aquele que não quer ver", afirmou.

Para o senador Heráclito Fortes, a mudança na relatoria da CPI das ONGs não altera o andamento do colegiado. "Não podemos ficar com a CPI como estava. Adiantava ficar com um senador da base, se eles não davam quórum? Estamos na mesma situação que estávamos anteriormente. Tivemos dois anos a CPI funcionando com um relator da base e eles não davam número. A verdade é que eles não querem apurar o mar de lama que existe dentro do terceiro setor, envolvendo ONGs, OCIPs e derivados", disse Fortes.

Autor do requerimento de proposição da CPI da Petrobras e um dos membros titulares da comissão, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) também criticou a atitude do governo. "O governo não propôs [acordo], não houve nenhuma proposta nesse sentindo. Creio que não se instala balcão de negócios quando se trata de CPI. Não se pode instalar balcão de negócios no Congresso de forma nenhuma, muito menos quando se trata de CPI", destacou.

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