A Polícia Federal encontrou na Granja de Águas Claras, residência oficial de José Roberto Arruda, governador do Distrito Federal, dinheiro da mesma série numérica de um lote de cédulas apreendidas de empresas acusadas de bancar o chamado "mensalão do DEM". A informação é de reportagem da edição deste domingo (20) do jornal "O Estado de S.Paulo", que chegou às bancas de São Paulo neste sábado.
A reportagem do G1 tentou entrar em contato com Arruda, por meio de sua assessoria de imprensa, e com a Polícia Federal neste sábado, mas não conseguiu. Em nota divulgada neste sábado por seu advogado, o governador classifica como "caluniosas" as acusações de que recebeu propina.
Segundo o jornal, em outro endereço os investigadores descobriram com um ex-assessor de Arruda notas previamente marcadas com tinta invisível para identificar os destinatários da propina.
Em 11 de dezembro, durante a Operação Caixa de Pandora, cédulas da série A3569 foram achadas no gabinete de um assessor de Arruda, na residência oficial, e na sede das empresas Vertax e Adler, diz a reportagem.
As duas empresas mantêm contratos com o governo do Distrito Federal na área de informática e são apontadas como fontes de abastecimento do esquema.
Segundo o "Estado", o relatório da PF aponta que parte da verba distribuída pelo ex-secretário Durval Barbosa foi encontrada na casa de um ex-assessor pessoal de Arruda. Barbosa fez as gravações que originaram o chamado escândalo do mensalão no Distrito Federal.
As cédulas encontradas na residência do ex-assessor fazem parte de um lote de R$ 600 mil que Barbosa recebeu das empresas para repassar a outros integrantes do governo, diz relatório, segundo o jornal.
Barbosa já colaborava com a investigação da Polícia Federal, e por isso as cédulas foram marcadas pela polícia com tinta invisível. A estratégia era deixar que o dinheiro fosse distribuído para, depois, na ação de busca e apreensão, identificar os destinatários da propina, diz o "Estado".
O dinheiro apreendido pela PF na casa do ex-assessor tinha cédulas de séries A2406, A2870, A2994 e A3027, do pacote previamente marcado pelos investigadores, diz o jornal.
- Em nota, advogado de Arruda chama nova denúncia de calúnia
- Em novo depoimento, Durval afirma que Arruda recebeu R$ 3 milhões de propina
- STJ pede gastos do DF, mas não decide sobre quebra de sigilo de investigados
- Toffoli julgará diretamente mérito de ação sobre Arruda
- MPF pede quebra de sigilos de envolvidos na Operação Caixa de Pandora
- OAB-DF protocola mais três pedidos de cassação na Câmara Legislativa do DF
- Câmara do DF decide instalar CPI da Corrupção
Deixe sua opinião