Atualizada na segunda-feira, dia 17/07/2006, às 18h28
A lista de parlamentares envolvidos no escândalo dos sanguessugas pode conter 100 nomes, afirmou nesta segunda-feira o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), integrante da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga o caso. Segundo o parlamentar, o empresário Luiz Antonio Vedoin revelou em seu depoimento, que durou dez dias, os nomes de pelo menos 90 políticos com mandato e dez ex-parlamentares.
- Trabalhamos muito tranqüilamente com 90 nomes de parlamentares e dez de ex-parlamentares. Teremos 100 nomes. Não podemos afirmar que todos são culpados - disse Gabeira.
Segundo o deputado, a maior parte dos envolvidos é da bancada do Rio de Janeiro, do Mato Grosso e da bancada evangélica.
Ainda nesta segunda-feira, a CPI deverá entregar notificações a 42 parlamentares supostamente envolvidos com o esquema. Os nomes dos parlamentares constam de uma relação entregue à CPI pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Depois de receberem as notificações, os acusados terão até cinco dias para apresentar suas defesas por escrito.
Com a nova lista, passam a ser 57 os parlamentares investigados pela CPI. Os nomes não podem ser divulgados porque o processo corre em segredo de Justiça. A comissão, no entanto, quer tornar pública esta semana a lista.
- Quero dizer à nação brasileira que a CPI está investigando tais pessoas. Se está investigando, não há por quê manter nomes em sigilo - disse o presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ).
Dos 15 parlamentares notificados inicialmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento com a "máfia das ambulâncias", nove já entregaram suas defesas à comissão.
A CPI deverá criar uma sub-relatoria só para analisar as defesas dos investigados. Os argumentos serão incluídos no relatório final da comissão, que deverá ficar pronto na primeira semana de agosto. Para o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), eles serão fundamentais para a decisão da CPI de enviar ou não representações contra os deputados aos conselhos de ética da Câmara e do Senado:
- As defesas serão a base para o relatório final. Se fossemos ouvir 60 parlamentares, a CPI levaria dois anos.
Esta semana, a CPI irá se debruçar sobre as mais de 150 páginas de depoimento do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, acusado de ser um dos chefes da máfia dos sanguessugas. Além de contar detalhes da participação dos parlamentares, ele apresentou comprovantes de depósito em dinheiro nas contas de suspeitos. O nível de detalhamento de seu depoimento pode aumentar a lista de parlamentares suspeitos para até 90 nomes.
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