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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (24) saber que prefeitos estão "comendo o pão que o diabo amassou" com o corte de 19% nos repasses para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e prometeu buscar uma solução. Em Salvador (BA), o presidente recebeu de um grupo de prefeitos um documento cobrando a revisão urgente dos valores dos repasses.

"Eu sei que vocês todos estão comendo o pão que o diabo amassou com a queda do FPM, sei o que vocês estão passando. A nós do governo federal não adianta o município estar mal. O município é o primeiro pronto-socorro para atender a população. Quero dizer a vocês que vamos discutir com muito carinho porque acho que temos que encontrar uma solução", disse o presidente durante a abertura da 1ª Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional.

O redução do percentual aos fundo dos municípios foi anunciado passado pouco mais de um mês do encontro que reuniu 3,5 mil prefeitos em Brasília, quando foi anunciado um "pacote de bondades" do governo.

Lula disse que o corte foi provocado pela crise financeira internacional e citou iniciativas do governo como o programa de construção de 1 milhão de casas, a ser lançado nesta quarta (25), e o de incentivo à renovação de geladeiras, como formas de superar os efeitos no Brasil.

"Vamos criar condições para que industrias que significam muito do PIB possam voltar a funcionar e gerar emprego. Não podemos permitir que as prefeituras fiquem paralisadas. Tem muito prefeito que tomou posse em 1º de janeiro e já está amargando cofres vazios. Mas vamos discutir isso porque a solução para os municípios é a solução para o estado e para o governo federal", disse.

Sob aplausos da platéia, Lula disse que tratará do assunto ainda nesta terça, em reunião com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, em Brasília.

Geddel

O presidente brincou com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, também presente ao evento, ao dizer que não achava que ele teria "condições" de organizar a feira.

"Geddel, eu quero lhe dar os parabéns e pedir desculpas porque às vezes a gente faz juízo de valor das pessoas antes de conhecer. E eu que achava que você não ia ter condições de fazer uma feira. Você daqui para a frente tem a obrigação de todo ano escolher um estado e fazer essa feira", disse.

Antes, Lula já havia brincado com Geddel e o governador da Bahia, Jaques Wagner, que romperam a parceria no estado, após ficarem em lados opostos na campanha a prefeito de Salvador.

"Eu pensei que você e o Wagner tinham brigado, mas o tanto que o Wagner falou de você aqui nessa tribuna...Ele falou mais de você do que de mim", disse Lula.

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