Em meio ao bombardeio às medidas econômicas amargas tomadas pelo governo, a presidente Dilma Rousseff fará hoje a primeira reunião ministerial do 2.º mandato. Ela vai dizer aos ministros que o momento é de restrição orçamentária. Mas também cobrará resultados de cada área. Pedirá ainda aos ministros que divulguem os bons projetos que o governo está tocando e os que estão previstos.
A ideia é tirar o Planalto da defensiva após um início de ano marcado por um apagão que atingiu 11 estados e o Distrito Federal, pelo corte de gastos (inclusive sociais) e pelo anúncio do aumento de impostos .
Antes mesmo da aprovação do Orçamento da União para este ano, o governo cortou R$ 1,9 bilhão daquilo que os ministérios podem gastar mensalmente com o custeio da máquina.
Sem pretexto
Dilma tem dito que o momento econômico é difícil, e os cortes serão pesados, mas que a falta de dinheiro não é pretexto para falta de iniciativas e projetos. O discurso será repetido na reunião, no Palácio do Planalto, em um gesto claro da presidente para dar força aos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento). A meta da equipe econômica é fazer um superávit primário equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e, nos dois seguintes, de 2%.
Na reunião, Levy vai falar sobre conjuntura econômica, avaliando os cenários nacional e internacional, além de mostrar o impacto das medidas do governo e a necessidade de cortar despesas. Também deverá fazer um balanço sobre sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, ao lado do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Diante das críticas, inclusive de aliados, às medidas econômicas anunciadas pela equipe, a presidente quer unificar o discurso do governo, ao mesmo tempo em que pretende dar uma resposta positiva à sociedade, mostrando que está agindo. Por isso, os ministros deverão apresentar projetos de suas pastas.
A ministra do Desenvolvimento, Tereza Campello, terá destaque na reunião. Caberá a ela mostrar os resultados positivos do programas Brasil sem Miséria, que teria resultado no fim estatístico da pobreza extrema no país.
Crise hídrica e energética
Outro ponto que deve ser levantado na reunião é a crise hídrica no país. Na semana passada, após uma reunião no Palácio do Planalto entre seis ministros, Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, pediu que a população consuma menos água e energia.
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