O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o ex-governador José Serra, evitou nesta segunda-feira (26) entrar no debate sobre a falta de experiência pública de sua principal adversária na corrida eleitoral, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT). Em entrevista ao programa "Brasil Urgente", apresentado por José Luiz Datena, o tucano disse que nunca acusou Dilma de não ter experiência nem irá julgar se tem mais experiência que a ex-ministra durante a campanha política.
"Eu não bati nessa tecla. Não sou eu que vou julgar se tenho mais experiência que ela", afirmou. "Eu não estou diminuindo ninguém, cada um tem as suas virtudes, as suas experiências", amenizou.
O presidenciável do PSDB afirmou ainda que defende um mandato presidencial de cinco anos, sem reeleição, por ser um dos seus projetos políticos, e não tendo em vista um acordo com o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB), ainda cotado como vice na chapa tucana ao Palácio do Planalto. "Eu tenho testemunha de que sempre defendi os cinco anos. Quatro anos é pouco e você fica pensando na reeleição durante o mandato", justificou.
Questionado, Serra não quis se alongar sobre as últimas declarações dadas pelo presidenciável do PSB, o deputado Ciro Gomes (CE), que considerou o tucano mais preparado que Dilma para ser presidente do País. "Sapo de fora não chia", sintetizou. "Como eu estou fora da aliança entre PT e PSB, eu não posso falar", acrescentou. Serra reconheceu, contudo, que prefere Ciro o elogiando do que lhe tecendo críticas. "Claro que prefiro que o Ciro fale bem de mim, mas não opino."
Saúde
Serra disse ainda que a saúde não avançou durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano, que foi ministro da Saúde durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, reclamou do fim dos mutirões e disse que a população precisa receber remédios de forma gratuita.
"A saúde estagnou. Na saúde, ou você anda ou ela anda pra trás", afirmou. "Na saúde você não pode ficar parado, a demanda está sempre crescendo. Acabaram os mutirões, diminuíram os investimentos, faltam consultas. Falta mais remédio de graça. Metade população brasileira não tem dinheiro para comprar remédio", declarou. "A saúde é o típico setor em que o Brasil pode mais. Pode ir muito mais", afirmou.
Serra disse que não se considera hipocondríaco. "Eu acho que não mas tenho fama", disse. "Eu não posso ver aplicar injeção."
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