• Carregando...

STF para investigar Renan, que reage à nova denúncia

O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, pediu na sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar as contas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista e de usar notas frias para comprovar rendimentos, informa o colunista Ricardo Noblat em seu blog. Cabe ao Supremo autorizar ou não a abertura do inquérito. O presidente do Senado afirmou, por sua vez, que foi ele quem pediu à procuradoria que abrisse uma investigação para que pudesse esclarecer todas as denúncias. Renan disse que enviou uma carta ao procurador e à imprensa, que não quis publicá-la.

Leia matéria completa

A pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para apurar a origem do dinheiro usado pelo lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior, no pagamento de despesas pessoais do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A nova frente de investigações significa um duro golpe na estratégia de defesa de Renan, que tem sofrido sucessivas derrotas na tentativa de protelar a apuração do caso no Conselho de Ética no Senado. Além da luta para preservar o mandato no julgamento político dos colegas, ele agora pode enfrentar uma série de ações penais, caso o STF concorde com as acusações.

- Esse pedido não tem nenhuma interferência na avaliação do Conselho de Ética sobre a conduta do senador. A iniciativa tem o objetivo de esclarecer a questão sob a perspectiva penal - afirmou o Antonio Fernando, que entregou ao STF um documento de 478 páginas para justificar a investigação.

Indicado para relatar o inquérito, o ministro Ricardo Lewandowsky vai analisar todos os documentos reunidos pelo Senado desde 29 de maio, quando o Conselho de Ética acatou a primeira representação do PSOL contra Renan. O senador também será investigado pelo suposto uso de notas fiscais frias de venda de gado para justificar uma renda que, segundo ele, seria suficiente para arcar com a pensão de R$ 12 mil paga à jornalista Monica Veloso, com quem tem uma filha.

- Pedi o encaminhamento (ao STF) de todas as representações que eventualmente estejam em curso no Senado - disse o procurador-geral.

A Mesa do Senado ainda analisa uma representação em que o PSOL acusa Renan de grilagem de terras e favorecimento da empresa Schinchariol no INSS. Publicada no fim de semana pela revista "Veja", a denúncia de que o senador teria usado laranjas na compra de duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas também deve ser acrescentada à investigação no STF, informou Antonio Fernando.

Se o ministro Lewandowsky concordar com as acusações feitas no Conselho de Ética, o presidente do Senado pode ser indiciado por crimes como corrupção passiva e evasão fiscal. O procurador-geral não quis divulgar o teor do pedido de investigação, mas revelou que, além das provas reunidas pelo Senado, vai analisar documentos enviados pelo Ministério Público de Alagoas que provariam irregularidades em transações com imóveis no estado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]