Redecker exige que Tarso apresente deputados envolvidos com máfia do jogo
O líder da oposição na Câmara, Júlio Redecker (PSDB-RS), subiu irritado à tribuna do plenário nesta quinta-feira, para criticar as declarações do ministro da Justiça, Tarso Genro . Mais cedo, o ministro afirmou que não se surpreenderia se houvesse deputados com a máfia dos caça-níqueis investigada pela Operação Hurricane da Polícia Federal.
Deputada Marina Maggessi chora e acusa PF de manipular informações
A deputada federal Marina Maggessi (PPS-RJ) afirmou na manhã desta quinta-feira (19), em entrevista coletiva no Rio, que integrantes da Polícia Federal estariam manipulando e divulgando informações de sigilo judicial referentes à Operação Furacão, que é acompanhada pelo Supremo Tribunal Federal. A intenção, segundo a deputada, seria prejudicá-la.
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O Supremo Tribunal Federal determinou, nesta quinta-feira, o bloqueio de bens de 50 investigados na Operação Hurricane (furacão, em inglês). A lista de pessoas atingidas pela decisão é bem maior do que o número de presos até agora. Durante a madrugada, a Polícia Federal retomou os depoimentos dos presos na operação. Cinco dos 25 detidos, que ainda não tinham sido ouvidos, depuseram. Os depoimentos ocorreram um dia após a divulgação de um relatório sigiloso da PF revelando que integrantes da máfia dos caça-níqueis e do bingo pagaram R$ 1 milhão ao ex-vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região José Eduardo Carreira Alvim, em troca de decisões favoráveis a donos de bingo no Rio de Janeiro.
Entre os ouvidos está o advogado Virgílio Medina, irmão do ministro Paulo Medina, do Superior Tribunal de Justiça, que é acusado de agir como intermediário da quadrilha para conseguir decisões judiciais favoráveis à organização criminosa. O presidente do STJ, Rafael Barros Monteiro, pediu ao Supremo Tribunal Federal informações sobre a investigação para decidir o que fazer com relação ao ministro. Uma gravação, obtida com uma fonte do Rio de Janeiro, mostra Virgílio Medina conversando com o advogado Sérgio Luzio que também está preso.
Foram ouvidos também o policial civil Marcos Antonio Breta, apontado pela PF como o homem responsável por efetuar o pagamento de propinas, e os advogados Jaime Dias, José Luiz Rebelo e Sérgio Luzi.
Os presos deveriam ter sido interrogados na quarta-feira, mas uma paralisação de 24 horas da PF suspendeu os trabalhos de investigação. A maioria dos detidos conversou com os delegados, mas preferiu não colaborar com as investigações. Eles querem encontros reservados com os advogados, sem o monitoramento da polícia.
Os presos pela operação recebem durante o dia a visitas de parentes e amigos na carceragem da Supeintendência da PF, em Brasília. As visitas não têm contato físico com os detentos e as conversas acontecem no parlatório, separado por vidros e por intermédio de interfones. As visitas foram suspensas durante o horário de almoço e serão retomadas às 14h.
O prazo das prisões temporárias termina no domingo, mas o delegado responsável pelas investigações já disse que vai pedir a prisão preventiva para evitar a destruição de provas.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo Ernesto da Luz Pinto Dória também teria recebido pagamento mensal de R$ 10 mil da organização. Há indícios ainda de uma negociação com o advogado Virgílio Medina que envolveria o pagamento de R$ 1 milhão por uma decisão do ministro Paulo Medina, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), irmão do advogado. No entanto, o advogado do ministro negou que Paulo Medina esteja envolvido com o esquema . Segundo ele, trata-se de um empréstimo pessoal.Por enquanto, nada contra a Beija-Flor
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