Quando confessou ter participado do assassinato dos pais, em 2002, Suzane von Richthofen alegou que agiu por amor ao namorado, Daniel Cravinhos, um dos criminosos. Hoje, aos 22 anos, a jovem briga na Justiça com o único familiar próximo que lhe sobrou, o irmão.
O motivo não é mais o amor, mas metade da herança de R$ 2 milhões, incluindo pratos, talheres, copos, o carro que ela usava no dia do crime e os cachorros da família. O mais mórbido de todos: Suzane quer receber metade do seguro de vida dos pais, os quais ajudou a matar.
Numa entrevista ao jornal 'Extra', o promotor Roberto Tardelli, que pediu a prisão preventiva de Suzane depois da entrevista que ela deu ao 'Fantástico', onde foi flagrada sendo orientada a chorar diante das câmeras, afirma que ela não demonstra remorso.
- Suzane não está com o menor sentido de remorso. O motivo que pareceu à gente na época do crime, o dinheiro, efetivamente é o verdadeiro e Suzane não desistiu de ter esse objetivo - disse Tardelli ao jornal.
O promotor afirma que, na medida em que se aproxima o julgamento, Suzane se antagoniza em relação a Andreas Richthofen, no processo, trata o irmão como se ele fosse o usurpador de uma herança que é só dela.
Segundo ele, Andreas será também testemunha de acusação de Suzane no processo criminal. Segundo o promotor, ele não foi obrigado. Pelo contrário, mas em momento nenhum se recusou.
Tardelli explica que quem pediu a exclusão de Suzane como herdeira foi o tio que era tutor de Andreas na época, mas que o rapaz poderia ter encerrado o processo quando atingiu a maioridade, aos 18 anos, e não encerrou. Hoje, Andreas é o inventariante que impede o acesso de Suzane aos bens. Também o tio que foi tutor de Andreas será testemunha de acusação de Suzane.
O promotor afirma que Suzane não desistiu de pegar a herança, que foi o motivo para a morte dos pais e se diz chocado com os pedidos que ele considera 'exóticos', como pedir no processo que se avalie os cachorros da chácara que a família tem, perto de São Paulo. "Nunca ninguém pediu para avaliar cachorros", diz ele.
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