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São Paulo vive a segunda onda de ataques do crime organizado. Os ataques continuam e passam de 70. A violência chega a superar a de maio, por estar concentrada num único dia. À tarde, criminosos continuaram ateando fogo a ônibus e pelo menos uma revenda de carros foi atingida por uma bomba de fabricação caseira. O coronel Elizeu Eclair, comandante da Polícia Militar, disse que o policiamento seria reforçado à noite, reduzindo a presença de policiais durante o dia. À noite, o número de atentados é maior.

O último balanço da Secretaria de Segurança Pública, divulgado no início da noite, registra 71 ataques em todo o estado e cinco mortes : um policial militar, a irmã dele e três vigilantes de empresas privadas.

As mortes, porém, somam oito se forem incluídos outros três casos: um policial baleado que morreu nesta tarde num hospital da zona norte e o filho de um ex-carcereiro assassinado em São Vicente. Os casos estão sendo tratados como assaltos pela polícia, mas a possibilidade de ligação com os ataques será investigada. No início da noite, um agente de presídio morreu em Campinas.

A maioria dos alvos atingidos são civis - 30 ônibus, 15 bancos , 2 supermercados, 6 revendas de carro e uma loja, segundo balanço da SSP. Mais de 24 automóveis foram destruídos. Ao todo, os alvos civis foram 54. No total, 27 cidades paulistas sofreram com os ataques e o número de ônibus queimados em todo o estado pode chegar a 60, segundo informações extra-oficiais.

Também foram alvejadas duas bases da polícia militar, três delegacias, dois locais de vigilância privada, um prédio do Poder Judiciário, cinco bases da Guarda Civil Metropolitana e três imóveis públicos. Três casas de PMs foram atingidas por bombas ou tiros disparados pelos bandidos.

Os dois civis mortos sãoRita de Cássia Lorenzi, de 39 anos, assassinada com um tiro na cabeça. Ela foi morta ao aparecer na janela quando seu irmão, o policial militar Odair José Lorenzoni da Força Tática do 18º Batalhão da PM, estava sendo executado. Ele foi morto a tiros em frente à casa, na Vila Nova Cachoeirinha, nos primeiros minutos da madrugada. Rita, que era empregada doméstica, deixou dois filhos órfãos.

Em São Vicente, o filho de um ex-carcereiro, de 19 anos, também foi baleado e morreu. Dois bandidos atiraram de uma moto.

Os ataques continuam e a última execução ocorreu no meio da manhã, quando um policial, da Polícia Científica, foi baleado em casa e morreu no Hospital do Mandaqui, zona norte.

Em Guarulhos, quatro ônibus foram incendiados e a casa de um agente penitenciário foi atingida por dois coquetéis molotov .

As autoridades dizem que os ataques foram provocados, de novo, pelo temor de presos de serem transferidos . Desta vez, por causa do rumor de que vários irão para o presídio federal.

Mas não é só isso. Nos alvos, os criminosos deixaram bilhetes contra a 'opressão nos presídios'. Além disso, na noite de terça, foi preso um líder da facção criminosa, Emivaldo Silva Santos, conhecido como BH.

Nas duas últimas semanas 15 pessoas - entre agentes penitenciários, policiais civis e militares e um segurança da Justiça Federal - foram assassinados em São Paulo. O ritmo foi de uma morte por dia .

Esta é a segunda onda de ataques à segurança pública e penitenciária desde maio, quando 39 servidores públicos (entre PMs, policiais civis, guardas civis metropolitanos e agentes) foram mortos durante na semana que ficou conhecida como 'semana do horror', entre os dias 12 e 20.

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