Bancários de Curitiba promovem novas manifestações desde as 7h desta quinta-feira (25) em razão da campanha salarial. Desta vez, os trabalhadores se concentram na sede administrativa do HSBC, localizada no Hauer, e no HSBC 24 de Maio, de acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. Os manifestantes estimam que 3,7 mil trabalhadores estão de braços cruzados, condição que pretendem manter até as 9h30.

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Segundo o sindicato, o atendimento telefônico do banco em Curitiba é realizado nestes locais, mas não há prejuízo para a população, já que com a paralisação, as ligações são transferidas para São Paulo.

Uma faixa escrita "porta do inferno" foi colocada na entrada de um dos blocos da sede administrativa do HSBC no Hauer. O sindicato dos bancários afirma que recebe denúncias diárias de assédio moral, pressão para cumprimento metas e ameaça de demissões no banco. "Em época de campanha salarial, os funcionários são convocados para iniciar o expediente às 4h e 5h da madrugada para burlar o movimento grevista. São instaladas geladeiras para que os funcionários não precisem deixar o prédio para realizar as refeições", diz nota do sindicato.

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"Outro grande problema no HSBC é a falta de transparência na comunicação interna que causa transtornos para os funcionários e um péssimo clima organizacional. No início do mês, por exemplo, um boato sobre o projeto de integração do banco com os demais países em que está presente na América Latina, gerou preocupação entre aos bancários, temerosos de uma nova onda de demissões em massa, comuns no banco", afirma o texto.

Na quarta-feira (24), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs aos bancários um reajuste de 7,5%, o que significaria 0,3% de ganho real, uma vez que a inflação apurada pelo INPC para o período é de 7,15%. As demais verbas como vales-refeição e alimentação e a Participação nos Lucros e Resultados seriam corrigidos pelo mesmo índice. Os bancários reclamam ainda que Fenaban teria reduzido direitos dos trabalhadores como estabilidade para a pré-aposentadoria, auxílio-creche e vale-transporte. "Os banqueiros também negaram algumas das mais importantes reivindicações presentes na minuta, como maior segurança bancária, Plano de Cargos e Salários, fim das metas abusivas, auxílio-educação e ampliação da licença-maternidade", reclamam os funcionários.

O Comando Nacional dos Bancáriosrejeitou a proposta e orientou os sindicatos a realizarem assembléias até o dia 29 para aprovar uma greve de 24 horas no dia 30 de setembro. Em Curitiba, o sindicato dos bancários está com uma assembléia agendada para a sexta-feira (26).

Protestos

Na terça-feira (23), 21 agências do Centro de Curitiba tiveram o início do expediente atrasado pelo sindicato, que repetiu o comportamento de segunda-feira (22), quando 12 agências tiveram a abertura retardada no bairro Portão.

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Na quarta-feira (24), um grupo de 80 bancários esteve na Caixa Econômica Federal de São José dos Pinhais, na região metropolitana, para distribuir panfletos aos clientes do banco. Os bancários têm utilizado uma faixa em que chama de "porta do inferno" as entradas das unidades nas quais realizam protestos. O adereço foi utilizado na terça-feira (23) na agência HSBC Palácio Avenida, na Avenida Luiz Xavier, e nas últimas semanas na agência do Banco do Brasil do Seminário, duas vezes na agência do Unibanco na esquina das Marechais, e no HSBC do Alto da XV.

Procurada pela reportagem da Gazeta do Povo Online, a Fenaban informou que ainda está aberta a discussões e que a proposta apresentada é referente apenas a alguns pontos das reivindicações dos bancários, que, segundo a entidade, tem mais de 100 pedidos. A assessoria de imprensa da Fenaban afirmou, em nota, que aguarda resposta dos sindicatos para prosseguir os entendimentos sobre a convenção coletiva de 2008-2009.

A reportagem está entrando em contato com o HSBC, para que a entidade comente as reclamações dos bancários.

Mais informações em breve

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