O presidente do Itaú, Roberto Setubal, afirmou nesta terça-feira (2) que a fusão entre Itaú e Unibanco será concluída entre dois e três anos, com a maior parte das operações (70%) sendo incorporadas em até um ano e meio. "Tenho conversado com o Banco Central e o processo de aprovação está caminhando normalmente", disse.
Os executivos do Itaú Unibanco já tomaram a decisão de manter um banco exclusivo para as operações de atacado, mantendo o Itaú BBA, que cuidará do relacionamento com as mais de 2 mil empresas brasileiras que possuem faturamento acima de R$ 150 milhões ao ano.
Ainda não foi definido como será feita a integração nos demais segmentos de negócios de Itaú e Unibanco, mas o plano de expansão internacional está mantido. De acordo com Setubal, ele irá ocorrer mais por meio de aquisições, porque crescer de forma orgânica fora do Brasil não permitiria ao novo banco alcançar o tamanho de um competidor global.
Apesar do desejo de comprar instituições em outros países, o executivo considera que esse não é o melhor momento. Primeiro porque é preciso fazer o trabalho interno de união entre Itaú e Unibanco e segundo porque há muita incerteza no mercado para se fazer a avaliação de qualquer ativo. "Comprar barato não quer dizer comprar bem. O que queremos é a compra certa no preço certo", disse.
No mercado interno, o executivo acredita que há pouco espaço para um movimento significativo de consolidação no setor financeiro. "Não vejo nada muito grande acontecendo até por falta de alternativas", disse.
Setubal fez questão ainda de ressaltar que mesmo com crise externa o Brasil irá apresentar crescimento, o que possibilitará que a carteira de crédito do sistema financeiro cresça entre 15% e 20% em 2009. Para o executivo, o Itaú Unibanco terá um desempenho no mínimo igual ao do sistema, que possui liquidez, em sua opinião. "Os problemas de liquidez estão localizados apenas em alguns bancos pequenos", afirmou.