Mesmo antes de a Fifa confirmar o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, em outubro de 2007, a Arena da Baixada já era especulada como o estádio curitibano a receber os jogos da competição. O prazo curto de execução e o aparente baixo investimento para concluir a obra de acordo com exigências da entidade máxima do futebol foram os pontos decisivos para a escolha. A certeza veio depois que a cidade foi eleita uma das 12 sub-sedes, em maio de 2009.
Por se tratar de uma obra de ampliação e não de uma construção a partir do zero, a Arena se colocou em uma posição invejável em relação a outros estádios. Não à toa era apontado como o mais adiantado de todos, com um cronograma folgado e dentro do prazo. Enquanto nas outras sedes era só indefinição, Curitiba corria na frente.
A situação, porém, está se invertendo. Agora é o estádio atleticano que começa a preocupar. Aumentos no orçamento que começou em R$ 69 milhões e chegou a R$ 220 milhões jogaram a Arena direto para o campo das incertezas, inclusive com a ameaça de ficar de fora da festa.
O início das obras, previsto para abril deste ano, ficou para trás e foi adiado para junho. O último aumento no orçamento, entretanto, pegou a todos de surpresa e agora o governo do estado, a prefeitura municipal e o Atlético correm atrás de uma solução para bancar a diferença no valor e garantir que a Arena esteja concluída até o final de 2012.
Apesar da dificuldade em achar um caminho definitivo, o secretário estadual para Assuntos da Copa, Mário Celso Cunha, afirma que os imprevistos fazem parte de todo o processo, mas que tudo está sob controle. "Não houve atraso. É que a conversação é demorada, requer modificações e alterações. É normal que isso aconteça. Enquanto estivermos dentro do prazo, é uma normalidade. Mas tudo está caminhando bem", disse.
Quanto mais tempo se passa, naturalmente o prazo final é estendido. O desejo de ter a Arena como um dos estádios na Copa das Confederações, em 2013, ainda é viável. A previsão de 18 meses para a conclusão é plausível, mas exige atenção, principalmente às movimentações do mercado da construção civil.
"É um prazo bastante apertado, mas não impossível. Não é uma obra tão grande assim, mas como está no contexto de escassez de mão de obra, vai exigir muita disciplina e controle para ser executada", analisa o engenheiro e presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná [Senge-PR], Valter Fanini.
Solução próximaA engenharia financeira que Atlético, estado e prefeitura encontraram para garantir R$ 135 milhões, por meio de potencial construtivo, já não vale mais. As novas exigências da Fifa, publicadas no início deste ano, adicionaram R$ 85 milhões ao orçamento. Fato que exigiu que as três partes se lançassem em busca de uma solução.
A saída parece estar próxima de um fim e corre por dois caminhos. O primeiro é a negociação com a Fifa para que as exigências sejam flexibilizadas e, portanto, a estimativa financeira volte ao patamar anterior. A segunda passa pela participação da construtora OAS, que está disposta a investir recursos próprios no estádio.
"O COL [Comitê Organizador Local] deixou claro que muitos dos pedidos que estávamos entendendo como exigência, eram apenas sugestões. O COL tem sido um bom parceiro e está compreendendo a situação, abrindo mão de algumas coisas", comentou Cunha.
A respeito da modelagem que envolve a construtora, o secretário se mostra confiante. "Avançamos 60% nas negociações e até o fim desta semana teremos novidades. Acredito que até o final de junho ou começo de julho as obras comecem", prevê.
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