Uma semana antes de concretizado o rebaixamento do Coritiba, o ex-vice-presidente do clube, Domingos Moro, publicou em seu site uma nota que chamou a atenção. Conhecido pelas suas habilidades como advogado, ele também se destaca por emitir opiniões ácidas e polêmicas sobre o mundo da bola, em especial, sobre o seu clube do coração.
Naquele dia, em sua coluna "4 linhas", Moro disse que a única maneira de salvar o Coritiba seria a volta da dupla de maior sucesso administrativo do time nos últimos anos: ele e o ex-presidente Giovani Gionédis, antecessor do atual presidente Jair Cirino. "Após a derrota para o Cruzeiro fiquei refletindo sobre a situação do meu clube e apenas escrevi o que penso", disse.
A possível reeleição de Cirino para mais dois anos de mandato preocupou o advogado". É muito triste a situação do time e falar em reeleição é ver essas pessoas que estão aí continuarem. A única forma que vejo hoje de evitar isso seria a volta desta dupla, que desde o Evangelino, foi a que obteve mais conquistas no Coritiba. Mesmo acreditando que essa união não vai acontecer, é a única alternativa".
Moro lembrou que a união com Gionédis estaria condicionada a um pedido de desculpas público feito pelo ex-presidente. Disputas políticas nas últimas eleições criaram algumas arestas consideráveis para serem aparadas entre os dois. "Não veria problema se as condicionantes fossem cumpridas. Ele é conselheiro vitalício e eu nato. Para o bem do Coritiba, não vejo problemas".
O problema mesmo é que publicamente Gionédis afirmou que não tem interesse em voltar ao clube neste momento. Segundo ele, a linha de pensamento e o tipo de gestão atual não condizem com sua filosofia de trabalho. Se o parceiro não se anima, Moro já começa, sem alarde, a angariar apoio entre conselheiros descontentes com o trabalho de Jair Cirino.
Pronto para ajudar
O advogado afirmou ainda que sempre se colocou à disposição do clube para ajudar, mas nunca foi procurado. "Nunca. Não fui procurado por ninguém, para nada. Nem a proposta de trabalho mais cretina que existisse", comentou. A última tentativa de aproximação, segundo Moro, foi na comissão que iria discutir o novo estatuto do clube. "Coloco-me à disposição para a reforma do estatuto. Mostrei minha intenção ao presidente do Conselho Deliberativo, Tico Fontoura, mas não houve resposta ainda".
Para Moro, pelo andar da carruagem, "imaginamos que o presidente possa ser reeleito. Vão mudar três ou quatro nomes. Os nomes até agora sugeridos para ingressar ao G9, são lastimáveis. A administração do time vai piorar. A exceção de um deles, os outros são muito inexperientes. Não sou contra a renovação, mas tem que ter calma nessa hora difícil".
As críticas atingiram também o presidente Jair Cirino. "As pessoas acreditam que podem fazer melhor, mas não são preparadas. Não levam jeito para a coisa. O time passou meses fazendo propaganda de um show e depois cancela. Foi uma sucessão de erros".
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