- Organizadores dizem que Olimpíadas vão impulsionar reformas na China
- Brasileiros sofrem para ver TV e comprar ingressos
- China aumenta rigor para garantir segurança
- China falha na despolitização dos Jogos
- Pequim não será mais a mesma depois de 2008, diz prefeito de Barcelona
- TV sabia que cantora mirim dublou na abertura dos Jogos de Pequim
- Cantora mirim da abertura dos Jogos é fraude, diz jornal
- Estética fez diretor musical colocar falsa cantora na abertura dos Jogos
- Coreógrafo da cerimônia de abertura é acusado de plágio
Falsos fogos de artifício, falsa cantora e, agora, falsas etnias de crianças na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim. Os organizadores das Olimpíadas admitiram, nesta sexta-feira, que as crianças vestidas com trajes típicos da várias etnias que habitam a China - que carregaram a bandeira do país na cerimônia de abertura dos Jogos, no dia 8 - não eram de fato daqueles grupos representados.
Esse é o terceiro incidente de falsificação que emerge. O primeiro foi a revelação de que a angelical garotinha de 9 anos de idade dublou a canção "Ode à Pátria", ao passo que a cantora-mirim de verdade foi considerada "não suficientemente bonita".
O segundo foi o anúncio de que parte dos fogos de artifício mostrados na TV tinham sido pré-gravados.
O vice-presidente dos Jogos, Wang Wei, minimizou o incidente mais recente, dizendo não saber exatamente de onde eram as crianças, porque apenas "representavam" as 56 etnias da China.
"É tradição, para os chineses, se apresentar vestindo trajes típicos de diferentes grupos étnicos. Não há nada especial a respeito disso", disse Wang aos repórteres.
"Elas usarem diferentes trajes para representar que o povo é amistoso e feliz junto."
Mas a tentativa dos chineses de controlar cada aspecto da cerimônia, mesmo que isso significasse alguns truques e substituições e outras manipulações nos Jogos como o ensaio das torcidas têm sofrido fortes críticas internacionais.
"Ao invés de anunciar que a China é um país dinâmico e moderno, eles correm o risco de reforçar a imagem de que o governo de Pequim se vale de controles assustadores", diz um comentário no jornal britânico Financial Times.
As crianças foram recrutadas junto à Galaxy Children's Art Troupe, que reúne jovens atores e atrizes, principalmente da etnia dominante Han - que compõe cerca de 92 por cento da população chinesa de 1,3 bilhão de pessoas.
De toda forma, o programa para as quatro horas e meia de cerimônia dizia que as crianças eram daqueles grupos.
"Cinquenta e seis crianças de 56 grupos étnicos chineses conduzem a bandeira nacional da China, representando os 56 grupos étnicos", lia-se no guia para a imprensa da cerimônia de abertura.
Deixe sua opinião