O processo de venda do Pinheirão para a construção de um estádio do Coritiba vive dia importante hoje. Está marcada nova reunião entre o representante dos investidores e a construtora OAS, principal interessada em arrematar o terreno da Federação Paranaense de Futebol (FPF).
Neste encontro, há o desejo de sacramentar a transação que vem se desenrolando há quase um ano e pode despejar cerca de R$ 85 milhões na conta da FPF deste montante, a entidade teria de usar em torno de R$ 60 milhões para abater dívidas com o INSS, o IPTU e o Atlético.
Na semana passada, a OAS revelou a disposição de viabilizar a empreitada que deve levar o Alviverde do Alto da Glória para o Tarumã, ao assinar uma carta de intenções, onde também estão as firmas do clube e do grupo de investidores.
A Gazeta do Povo teve acesso ao documento. Nele, não há o compromisso de realizar o negócio. Em uma das cláusulas, inclusive, está claro que o Coxa pode abandonar o plano sem que seja necessário apresentar qualquer justificativa. Uma garantia formal que, ao que tudo indica, não sairá do papel.
Caso confirme o intento, a empreiteira baiana venceria a concorrência de outros três interessados. As construtoras brasileiras CR Almeida e Andrade Gutierrez, além de uma empresa coreana, também enviaram propostas. Nelas, estão contidos até possíveis modelos para o empreendimento que abrigará a praça esportiva e um complexo imobiliário (imagens ao lado). Os investidores também sondaram a prefeitura de Curitiba, buscando uma parceria que faria do terreno do Couto Pereira um centro cívico da capital.
Apesar dos modelos apresentados pelas construtoras, o grupo de investidores trabalha com um prospecto próprio, apresentando um design mais arrojado, elaborado por um escritório japonês de arquitetura. A ideia é erguer um estádio com capacidade para 45 mil pessoas, ao custo de R$ 440 milhões.
Se o acerto não vingar desta vez, os participantes preveem uma conclusão até, no máximo, o dia 20. Nesta data está agendado outro leilão do Pinheirão, novamente em virtude de débitos com o INSS. Da primeira vez, o lance inicial para levar o imóvel foi de R$ 66 milhões. Na próxima, não há uma oferta mínima.
Confira o histórico recente da negociação envolvendo o Pinheirão:
29 de julho "Pinheirão Alviverde" Gazeta do Povo noticia o interesse do Coritiba em adquirir a área do Pinheirão. Uma empresa bancaria a compra e o negócio, naquele momento, já estava adiantado. Venda do estádio havia sido aprovada no Conselho Fiscal da Federação Paranaense de Futebol (FPF).
17 de agosto "FPF marca data para se livrar do Pinheirão" - FPF publica um edital convocando assembleia geral extraordinária, no dia 1.º de setembro, para tratar da venda do Pinheirão. Reportagem mostra que a reunião será uma mera formalidade para confirmar a negociação da praça esportiva com uma empreiteira, parceria do Coritiba.
18 de agosto "Couto Pereira entra na negociação do novo Pinheirão" Construção do novo Pinheirão é somente parte do projeto um gigante complexo imobiliário , que, para sair do papel, é negociado entre FPF, Coritiba e investidores. Para alterar seu endereço, o Coxa cederia o terreno do Couto Pereira. A ideia é erguer um novo estádio no Tarumã para 45 mil pessoas, ao custo de R$ 440 milhões, aproximadamente.
19 de agosto "Hipótese interessante" - Em entrevista à Gazeta do Povo, o vice-presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, classifica como "interessante" a ideia da construção de um novo estádio no Pinheirão, no entanto, o dirigente trata do assunto como uma hipótese.
20 de agosto "Futuro do Pinheirão fica nas mãos dos amadores" Reportagem destaca que clubes e ligas de futebol amador do Paraná, que são maioria entre os filiados da FPF, terão o mesmo peso de equipes profissionais na assembleia-geral extraordinária que acabaria por autorizar a venda do Estádio Pinheirão, em 1º de setembro.
1º de setembro "Destino traçado" - Em assembleia-geral da Federação Paranaense de Futebol (FPF), os clubes e as ligas filiados à entidade estão prontas para o "sim" que falta para embalar o plano de negociação do Pinheirão. FPF faz lobby junto a amadores, conta com a simpatia de Atlético, Coxa e Paraná, além do aval da prefeitura, para aprovar a venda do estádio.
2 de setembro "Pinheirão já tem valor e comprador acertados" - Assembleia geral da FPF colocou o terreno do Pinheirão oficialmente à venda. É marcado para outubro um leilão do estádio. Reportagem mostra que a OAS é uma forte interessada no negócio. A intenção é erguer um complexo imobiliário, com estádio, shopping, hotel e condomínio residencial. Para a arena, que seria a nova morada do Coxa, deve ser destinado um orçamento de R$ 440 milhões.
29 de setembro "Dirigente cogita consultar sócios sobre o Couto" - O presidente do Conselho Deliberativo do Coritiba, Omar Akel, defende que os associados do clube sejam ouvidos sobre a possível venda do Estádio Couto Pereira. A negociação da casa coxa-branca está incluída no acordo para levar o clube a uma nova arena a ser levantada por um grupo de empresários na área do Pinheirão
5 de outubro "Últimos passos" - Na véspera do leilão que colocaria o Pinheirão à venda, a construtora OAS negocia com a Federação Paranaense de Futebol (FPF) a compra do terreno. A triangulação tem como beneficiário direto o Coritiba.
6 de outubro "Leilão do Pinheirão nas mãos da Justiça" - Leilão do Pinheirão ainda dependia de uma decisão da 1.ª Vara Federal de Execuções Fiscais de Curitiba, para ser realizado. Foi protocolada uma petição que poderia cancelar a realização da venda pública do estádio.
7 de outubro "Pinheirão a R$ 66 milhões não seduz compradores" - Nenhum comprador se manifestou para arrematar o Pinheirão no leilão realizado. Mesmo assim, o estádio está perto de ganhar um novo proprietário. Dois concorrentes correm contra o tempo. O primeiro deles é liderado pela empreiteira baiana OAS, em parceria com o Coritiba. O segundo potencial comprador planeja edificar uma arena multieventos na área, capaz de abrigar shows, feiras e competições esportivas o futebol estaria ausente da lista.
8 de outubro "Pinheirão coxa aguarda último detalhe" Negociação de compra do Pinheirão deve ser finalizada na próxima semana ou, no máximo, até o segundo leilão do terreno, marcado para o dia 20. Além da empreiteira OAS, outros três grupos enviaram propostas de compra a CR Almeida entre eles. Está na jogada dinheiro de Portugal, Espanha e Estados Unidos. No momento, o que há de mais concreto é uma carta de intenções, na qual a OAS revela o plano de adquirir o imóvel e utilizá-lo para erguer a nova morada alviverde.
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