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Na foto, um DC-10 da Varig, modelo que quase foi abatido | Wiki Commons
Na foto, um DC-10 da Varig, modelo que quase foi abatido| Foto: Wiki Commons

O abatimento de aeronaves civis não é uma novidade na história da aviação. Nas últimas quatro décadas, casos provocaram comoção mundial, incidentes diplomáticos embaraçosos e pedidos de desculpa inúteis. Até o Brasil quase teve um avião abatido em 1982, durante a Guerra das Malvinas, entre a Argentina e o Reino Unido.

Pouco conhecido, o episódio foi narrado no livro The Royal Navy and Falklands War, do vice-almirante da marinha britânica, David Brown. No dia 23 de abril de 1982, um DC-10 da Varig, com 188 passageiros, sobrevoava o Oceano Atlântico. O avião havia deixado o Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, e seguia para Johannesburgo, na África do Sul, quando os passageiros, entre eles, Leonel de Moura Brizola, naquela época candidato a governador do Rio de Janeiro, viu da janela um caça Harrier, da Força Aérea Real (RAF).

Segundo os registros históricos, o avião brasileiro foi confundido com um Boeing 707 da Aerolíneas Argentinas, que frequentemente fazia a mesma rota para localizar os navios ingleses e estimar o tempo de chegada até o arquipélago britânico.

De acordo com o relato do historiador militar britânico Rupert Allason, a aeronave da Varig sobrevoava uma área no mesmo instante em que o porta-aviões britânico Hermes abastecia e o lançamento de mísseis foi preparado.

O caça Harrier fez o reconhecimento e confirmou que se tratava de um avião comercial brasileiro. Rupert Allason estima em 20 segundos o intervalo entre o reconhecimento pelo Harrier e a ordem para abortar o ataque.

Foram os franceses

Sem uma resposta conclusiva até hoje, o voo 870 da companhia aérea italiana Itavia talvez seja o maior mistério envolvendo um suposto abatimento de uma aeronave comercial. Em junho de 1980, 81 pessoas morreram num acidente no Mar Tirreno, entre Bologna e Palermo, na Itália. Alvo de diferentes investigações, as circunstâncias da catástrofe não foram estabelecidas. No entanto, o ex-presidente italiano Francesco Cossiga atribuiu a causa do acidente a um míssil disparado pelo exército francês. A acusação nunca foi provada.

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