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Ataque aéreo

Rebeldes russos restringem acesso a destroços do voo MH17

Separatista mostra brinquedo recolhido entre os destroços do avião malaio que caiu na Ucrânia | Maxim Zmeyev / Reuters
Separatista mostra brinquedo recolhido entre os destroços do avião malaio que caiu na Ucrânia (Foto: Maxim Zmeyev / Reuters)
A embaixadora dos EUA para a ONU, Samantha Power, fala durante reunião do Conselho de Segurança da entidade |

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A embaixadora dos EUA para a ONU, Samantha Power, fala durante reunião do Conselho de Segurança da entidade

Habitantes do assentamento de Grabovo, na região de Donetsk, tiram fotos dos destroços do Boeing 777 que fazia o voo MH17 da Malaysia Airlines |

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Habitantes do assentamento de Grabovo, na região de Donetsk, tiram fotos dos destroços do Boeing 777 que fazia o voo MH17 da Malaysia Airlines

Grupos internacionais que enviaram representantes para acompanhar as apurações das causas da queda do avião da Malaysia Airlines na Ucrânia relataram, na noite desta sexta-feira (18), dificuldades em acessar os destroços por causa dos rebeldes que estão na região. Em um momento de tensão foram até mesmo ouvidos alguns disparos na área, conforme relataram representantes da Organização de Segurança e Cooperação da Europa (OSCE).

A OSCE também relatou que um guarda armado, pertencente ao grupo separatista pró-Rússia que controla a região, deixou apenas 17 dos representantes da OSCE entrarem na área por cerca de 75 minutos. O relato dos tiros e da hostilidade com os observadores da OSCE foi feito pelo porta-voz da instituição, Shiv Sharma. "O disparo foi para cima, ninguém foi colocado em situação de perigo", informou.

A OSCE é a agência responsável pela mediação entre o governo ucraniano, as autoridades russas e representantes dos separatistas. Os observadores chegaram à vila de Hrabove após receberem garantias de segurança dos rebeldes que controlam a área ao redor do local onde caiu o avião.

O grupo pretende passar a noite em Donetsk e planeja voltar no sábado (19) pela manhã ao local da queda. O papel da organização europeia é negociar os termos em que a inspeção internacional será feita. O porta-voz da OSCE disse que o ritmo das investigações vai depender exclusivamente do acordo com os rebeldes. Eles haviam concordado em liberar o acesso dos observadores em conversas com autoridades ucranianas e russas na última quinta-feira (17).

EUA dizem na ONU que avião malaio foi derrubado deliberadamente

Os Estados Unidos asseguraram nesta sexta-feira (18), em reunião do Conselho de Segurança da ONU, que tudo aponta para que o avião da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia foi derrubado de forma deliberada por um míssil disparado de uma área sob controle das milícias pró-russas.

"O avião (...) foi provavelmente derrubado por um míssil terra-ar, um SA-11, operado de uma área controlada por separatistas no leste da Ucrânia", disse a embaixadora americana, Samantha Power.

A representante dos EUA lembrou ao Conselho que as milícias pró-russas dispõem das tecnologias necessárias para esse tipo de ataque e já derrubaram aviões ucranianos durante o conflito.

Com isso, os dois representantes dos Estados Unidos disseram que Washington tem fortes suspeitas que o Boeing 777 da Malaysian Airlines foi derrubado por um míssil lançado por separatistas ucranianos apoiados por Moscou.

Investigação independente

Na reunião desta sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU pediu que seja feita uma "investigação internacional independente, meticulosa e completa" sobre o abate do avião sobre a Ucrânia, solicitando a todas as partes envolvidas que garantam aos investigadores o acesso ao local da queda.

Em um comunicado aprovado por consenso, o conselho também pediu por uma "responsabilização apropriada". A Grã-Bretanha redigiu o curto texto e esperava que o conselho conseguisse emiti-lo ainda na quinta, mas a Rússia pediu mais tempo para examiná-lo antes de que seja aprovado.

Rússia, Ucrânia e rebeldes trocam acusações

A queda do avião da Malaysia Airlines no Leste da Ucrânia gerou uma forte troca de acusações entre os governos ucraniano e russo, além de separatistas pró-russos que controlam a região - todos negaram envolvimento no caso - e pode acirrar ainda mais a disputa na região.

Logo após o acidente, o Ministério do Interior ucraniano afirmou que o voo MH17 foi, provavelmente, abatido por um míssil Buk de fabricação russa. O uso de míssil foi depois confirmado por fontes da Inteligência americana, e os EUA estão agora tentando determinar quem teria feito o disparo. Separatistas pró-russos, por sua vez, disseram que a aeronave, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, fora derrubada em território ucraniano por um jato do governo local.

Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou desconhecer que os rebeldes tivessem lançadores de mísseis Buk. E, segundo ele, mesmo que o possuíssem, não poderiam operá-lo.

Até uma versão de que o alvo poderia ser o presidente russo foi noticiada pela agência estatal do país. "Posso dizer que o avião do presidente russo e o Boeing malaio se cruzaram no mesmo ponto e no mesmo nível de voo. Isso aconteceu perto de Varsóvia, numa altitude de 10.100 metros. O avião do Vladimir Putin estava lá às 16h21m, hora de Moscou, o avião malaio às 15h44m, hora de Moscou", disse uma fonte da Aviação Russa.

As versões são muitas. Segundo uma fonte do Ministério da Defesa da Ucrânia, os rebeldes teriam atingido por engano o avião, numa tentativa de abater uma aeronave de carga da Força Aérea Ucraniana, que fora identificada pela defesa aérea russa. Não muito longe dali, segundo a fonte, estaria voando um Iliushin 76, com comida para soldados de Kiev.

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