Familiares de passageiros de avião derrubado vão a aeroporto
Os parentes dos passageiros e da tripulação do avião começaram a chegar nesta sexta ao aeroporto internacional de Kuala Lumpur, na Malásia, para obter informações.
Angela Merkel: há muitos indícios de que MH17 foi abatido
Agência Estado
Na entrevista coletiva em Berlim, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que o voo MH17 parece ter sido abatido.
Merkel disse que ela "não tinha clareza" sobre quem era culpado por abater o avião.
"Há muitos, muitos indícios de que estamos lidando com um avião abatido", disse Merkel durante a sua coletiva de imprensa anual de verão. "Quem quer que seja deve ser levados à justiça. Para isso, precisamos de uma investigação independente".
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Os Estados Unidos asseguraram nesta sexta-feira (18), em reunião do Conselho de Segurança da ONU, que tudo aponta para que o avião da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia foi derrubado de forma deliberada por um míssil disparado de uma área sob controle das milícias pró-russas.
"O avião (...) foi provavelmente derrubado por um míssil terra-ar, um SA-11, operado de uma área controlada por separatistas no leste da Ucrânia", disse a embaixadora americana, Samantha Power.
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A representante dos EUA lembrou ao Conselho que as milícias pró-russas dispõem das tecnologias necessárias para esse tipo de ataque e já derrubaram aviões ucranianos durante o conflito.
Com isso, os dois representantes dos Estados Unidos disseram que Washington tem fortes suspeitas que o Boeing 777 da Malaysian Airlines foi derrubado por um míssil lançado por separatistas ucranianos apoiados por Moscou.
Investigação independente
Na reunião desta sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU pediu que seja feita uma "investigação internacional independente, meticulosa e completa" sobre o abate do avião sobre a Ucrânia, solicitando a todas as partes envolvidas que garantam aos investigadores o acesso ao local da queda.
Em um comunicado aprovado por consenso, o conselho também pediu por uma "responsabilização apropriada". A Grã-Bretanha redigiu o curto texto e esperava que o conselho conseguisse emiti-lo ainda na quinta, mas a Rússia pediu mais tempo para examiná-lo antes de que seja aprovado.
Rússia, Ucrânia e rebeldes trocam acusações
A queda do avião da Malaysia Airlines no Leste da Ucrânia gerou uma forte troca de acusações entre os governos ucraniano e russo, além de separatistas pró-russos que controlam a região - todos negaram envolvimento no caso - e pode acirrar ainda mais a disputa na região.
Logo após o acidente, o Ministério do Interior ucraniano afirmou que o voo MH17 foi, provavelmente, abatido por um míssil Buk de fabricação russa. O uso de míssil foi depois confirmado por fontes da Inteligência americana, e os EUA estão agora tentando determinar quem teria feito o disparo. Separatistas pró-russos, por sua vez, disseram que a aeronave, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, fora derrubada em território ucraniano por um jato do governo local.
Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou desconhecer que os rebeldes tivessem lançadores de mísseis Buk. E, segundo ele, mesmo que o possuíssem, não poderiam operá-lo.
Até uma versão de que o alvo poderia ser o presidente russo foi noticiada pela agência estatal do país. "Posso dizer que o avião do presidente russo e o Boeing malaio se cruzaram no mesmo ponto e no mesmo nível de voo. Isso aconteceu perto de Varsóvia, numa altitude de 10.100 metros. O avião do Vladimir Putin estava lá às 16h21m, hora de Moscou, o avião malaio às 15h44m, hora de Moscou", disse uma fonte da Aviação Russa.
As versões são muitas. Segundo uma fonte do Ministério da Defesa da Ucrânia, os rebeldes teriam atingido por engano o avião, numa tentativa de abater uma aeronave de carga da Força Aérea Ucraniana, que fora identificada pela defesa aérea russa. Não muito longe dali, segundo a fonte, estaria voando um Iliushin 76, com comida para soldados de Kiev.