Forças sírias mataram 10 pessoas nesta sexta-feira (12), o dia muçulmano do descanso e oração, durante uma manifestação em que dezenas de milhares pediam a saída do presidente Bashar al-Assad, gritando: "nós nos curvaremos somente a Deus", disseram ativistas. Os protestos ocorreram apesar da repressão militar que vem provocando condenação de vários países e sanções contra a Síria.
Houve protestos em várias partes da Síria, incluindo as cidades de Hama e Deir al-Zor, as quais foram alvo de uma ofensiva militar com apoio de tanques lançada na semana passada por Assad, num momento em que os muçulmanos celebram o mês sagrado do Ramadã.
Os ativistas dos Comitês de Coordenação Local afirmaram que os mortos incluem dois manifestantes na cidade de Aleppo, um importante centro comercial, três em subúrbios da capital, Damasco, e dois na província nortista de Idlib, na fronteira com a Turquia.
Moradores disseram que também houve duas mortes em Hama, apenas alguns dias depois de o Exército ter encerrado uma incursão de uma semana na cidade, que se tornou um símbolo do desafio ao regime de Assad depois que enormes multidões passaram a se reunir semanalmente para exigir a destituição do regime.
"Saia, Bashar!", gritavam manifestantes em protestos realizados nas cidades costeiras de Latakia e Baniyas, bem como na província sulista de Deraa, onde irrompeu o levante contra os 41 anos de domínio da família Assad, há cerca de cinco meses.
Em Deir al-Zor, tropas usaram munição real contra manifestantes que saiam de uma grande mesquita, matando uma pessoa, segundo os comitês de coordenação locais.
Uma testemunha disse que depois dos disparos teve início um incêndio na mesquita. "O barulho dos tiros repercutiu em toda a vizinhança. Os fiéis estão correndo para se abrigar em ruelas", disse ele por telefone.
Um outro morador declarou: "Assad quer acabar com o levante antes que a pressão internacional seja demais para ele. Mas as pessoas saíram de quase todas as principais mesquitas de Deir al-Zor, a poucos metros dos tanques que ocupam todas as praças principais e arredores."
A TV estatal síria informou que um membro das forças de segurança foi morto por homens armados em Douma, perto de Damasco.
Autoridades sírias vêm barrando a maioria da mídia independente, dificultando a verificação dos fatos in loco. Os protestos na Síria são parte de uma série de revoltas que se espalharam pelo mundo árabe este ano contra a repressão e por democracia.
Assad intensificou a investida militar em cidades e vilarejos em todo o país desde o início do Ramadã, duas semanas atrás, para tentar subjugar o crescente descontentamento contra a família que governa a Síria, apesar de ameaças de novas sanções dos EUA e pedidos da Turquia e países árabes para pôr fim aos ataques contra os civis.
Ativistas disseram que pelo menos 19 pessoas foram mortas pelas forças sírias perto da fronteira libanesa e na região que concentra a população muçulmana sunita. A família de Assad pertence à denominação minoritária alauíta.
Pelo menos 1.700 civis foram mortos no conflito, dizem grupos de defesa dos direitos civis. A Síria afirma que 500 soldados e policiais foram mortos no conflito, que atribui a gangues armadas e terroristas.
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