Israel sinalizou que está diminuindo a intensidade de sua campanha militar na Faixa de Gaza unilateralmente, dizendo neste sábado (2) que não participará das negociações no Egito para uma nova trégua e avisando aos palestinos que fugiram dos conflitos em uma cidade no norte que podem retornar às suas casas.
Mas a troca de bombardeios continuou, e autoridades disseram que o número de mortos em Gaza chegou a 1.665, a maioria civis. Enquanto isso, Israel anunciou que seu sistema interceptou dois foguetes lançados contra as cidades de Tel Aviv e Beersheba.
Israel confirma que 63 soldados morreram em combate. Os ataques palestinos também mataram três civis em Israel.
Vários acordos de cessar-fogo entre Israel e o Hamas não vingaram ou fracassaram rapidamente. O mais recente exemplo ocorreu na sexta-feira, quando dois soldados israelenses morreram e um desapareceu após uma emboscada. Israel acusou o Hamas de capturar o tenente Hadar Goldin, e os Estados Unidos criticaram o grupo pela ruptura "bárbara" da trégua. A Organização das Nações Unidas (ONU) foi mais reservada na sua censura, mas pediu a soltura imediata de Goldin.
Buscando se eximir de responsabilidade, o Hamas afirmou acreditar que o ataque ocorreu antes do cessar-fogo entrar em vigor e que, se Goldin foi capturado, provavelmente morreu em seguida devido aos intensos ataques israelenses que sucederam a ação. Uma delegação palestina estava prestes a viajar ao Cairo neste sábado para uma nova rodada de negociações de paz, o que incluiria a exigência do Hamas de que o Egito facilite o movimento na fronteira com Gaza. Mas Israel disse que não enviará representantes.
"Eles (Hamas) não são confiáveis sobre manter a palavra. Eles não podem parar (de disparar mísseis) porque, para eles, um cessar-fogo nesta fase, seja por acordo ou não, significaria reconhecer a pior derrota possível", disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Tzachi Hanegbi, à TV Canal Dois de Israel.
"Acredito que este é o ponto em que as manobras em solo devem acabar. O Hamas pode ser atingido o quanto for necessário em resposta aos disparos que, acredito, persistirão."
Israel lançou uma ofensiva aérea e naval contra Gaza em 8 de julho, após vários foguetes serem lançados pelo Hamas e outras guerrilhas palestinas em direção ao seu território. Mais tarde, ampliou a operação com uma incursão terrestre.
Caçada aos túneis
Com apoio norte-americano, Israel afirmou que com ou sem a trégua suas forças continuariam executando a sua principal missão, que é encontrar os túneis usados pelo Hamas para os ataques. Mais de 30 desses túneis já foram descobertos e estão sendo destruídos, disseram militares israelenses. "Nosso entendimento é que nossos objetivos, principalmente a destruição dos túneis, estão próximos de serem cumpridos", afirmou o porta-voz militar, tenente-coronel Peter Lerner. Cidades em Gaza próximas à fronteira com Israel foram palco de grandes conflitos e houve fuga de dezenas de milhares de palestinos depois que tanques e tropas israelenses entraram no território para confrontar as guerrilhas. Israel afirmou neste sábado que os refugiados que deixaram Beit Lahiya, uma cidade no norte de Gaza e com uma população de 70 mil pessoas, podem voltar para as suas casas. "Os moradores devem ter cuidado com aparatos explosivos que o Hamas espalhou pela região", disse o Exército israelense. "Ninguém nos disse para voltar", disse Talab Manna, um homem de 30 anos e pai de sete filhos, que está acampado ao lado de uma escola da ONU que serve de abrigo. "Não podemos arriscar voltar e sermos bombardeados pelas forças israelenses."
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