O fundador e presidente de honra do partido ultradireitista Frente Nacional (FN), Jean-Marie Le Pen, tomou distância da mensagem de homenagem às vítimas do atentado contra a revista francesa "Charlie Hebdo" e assegurou neste sábado: "Eu não sou Charlie".
Le Pen fez esta afirmação em um discurso gravado em vídeo e postado em seu site, apesar de "lamentar" a morte das 12 pessoas no ataque de quarta-feira em Paris contra a publicação satírica.
"Não vou brigar para defender o espírito de 'Charlie', que é anarco-trotskista completamente contrário à moral política", disse o pai da atual presidente do FN, Marine le Pen.
O fundador desse partido de extrema direita vinculou à imigração aos recentes atentados da França, nos quais 17 pessoas morreram, além dos três jihadistas responsáveis pelos atos.
Em sua opinião, estes atentados são representativos da "evolução da insegurança no país", o que coloca em cheque a gestão governamental dos últimos 30 anos.
"É evidente que esse fenômeno terrorista está ligado em primeiro lugar à imigração em massa".
Mais cedo, Marine le Pen pediu a seus partidários que amanhã se manifestem em todas as províncias da França, exceto em Paris, onde seu partido se sente excluído da manifestação antiterrorista.
"Marcharemos ao lado do povo francês, com o povo francês, um e indivisível, em todos os lugares menos no cortejo parisiense", disse ela em mensagem gravada em vídeo, em alusão à grande manifestação antiterrorismo organizada para amanhã em Paris.
De acordo com o site do jornal "Le Figaro", a presidente do FN participará amanhã da marcha organizada em Beaucaire, cidade do sul do país em que seu partido governa.
O presidente da França, François Hollande, garantiu que todos os franceses podem participar das manifestações, mas alguns dos organizadores da passeata de amanhã em Paris expressaram inconformidade com a presença do FN por considerá-lo um partido racista e anti-imigração.
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