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Terror na França

França já prendeu 13 suspeitos de envolvimento com ataques

Momento em que acontece uma explosão durante a invasão de forças policiais francesas ao supermercado Hyper Cacher, em Paris, onde Amedy Coulibaly fazia cinco reféns | Reuters TV
Momento em que acontece uma explosão durante a invasão de forças policiais francesas ao supermercado Hyper Cacher, em Paris, onde Amedy Coulibaly fazia cinco reféns (Foto: Reuters TV)
Forças policiais francesas bloquearam várias ruas em Paris depois de ataques terroristas |

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Forças policiais francesas bloquearam várias ruas em Paris depois de ataques terroristas

Hayat Boumeddiene com o companheiro, Amedy Coulibaly, |

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Hayat Boumeddiene com o companheiro, Amedy Coulibaly,

Cherif Kouachi e Said Kouachi, suspeitos de participar do ataque, estão foragidos. As fotos foram divulgadas pelas autoridades francesas |

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Cherif Kouachi e Said Kouachi, suspeitos de participar do ataque, estão foragidos. As fotos foram divulgadas pelas autoridades francesas

Policiais fazem cerco em região ao Nordeste de Paris onde estariam os suspeitos de ataque contra o jornal Charlie Hebdo |

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Policiais fazem cerco em região ao Nordeste de Paris onde estariam os suspeitos de ataque contra o jornal Charlie Hebdo

Policiais cercam o mercado Hyper Cacher, em Paris, após cinco pessoas terem sido feitas reféns por Amedy Coulibaly |

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Policiais cercam o mercado Hyper Cacher, em Paris, após cinco pessoas terem sido feitas reféns por Amedy Coulibaly

Policiais cercam o mercado Hyper Cacher, em Paris, após cinco pessoas terem sido feitas reféns por Amedy Coulibaly |

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Policiais cercam o mercado Hyper Cacher, em Paris, após cinco pessoas terem sido feitas reféns por Amedy Coulibaly

Jogadores do Levante e do La Coruña, na Espanha, fizeram um minuto de silêncio em homenagens às vítimas do ataque em Paris |

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Jogadores do Levante e do La Coruña, na Espanha, fizeram um minuto de silêncio em homenagens às vítimas do ataque em Paris

Flores na embaixada da França em Londres, em homenagem aos mortos no ataque ao Charlie Hebdo |

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Flores na embaixada da França em Londres, em homenagem aos mortos no ataque ao Charlie Hebdo

Helicóptero sobrevoa edifício em Dammartin-en-Goele, na França, durante caçada aos suspeitos de participarem de ataque ao Charlie Hebdo |

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Helicóptero sobrevoa edifício em Dammartin-en-Goele, na França, durante caçada aos suspeitos de participarem de ataque ao Charlie Hebdo

Policiais patrulham o aeroporto de Barajas, em Madri, nesta sexta-feira: Europa toda está em alerta após ataque ao Charlie Hebdo |

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Policiais patrulham o aeroporto de Barajas, em Madri, nesta sexta-feira: Europa toda está em alerta após ataque ao Charlie Hebdo

Homenagem aos mortos do Charlie Hebdo na embaixada da França em Moscou, na Rússia |

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Homenagem aos mortos do Charlie Hebdo na embaixada da França em Moscou, na Rússia

A polícia francesa prendeu até agora 13 pessoas suspeitas de terem envolvimento com os três atentados registrados esta semana na França, que deixaram 17 mortos - sem contar os três terroristas.

As fontes judiciais esclareceram que são pessoas do entorno dos jihadistas, mas não deram detalhes sobre a identidade dos detidos ou os locais de detenção.

A polícia não deu ainda por finalizada a busca de cúmplices dos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, que mataram na quarta-feira 12 pessoas na revista "Charlie Hebdo", e de Amedy Coulibaly, que ontem manteve 15 reféns em um mercado kosher de Paris e que na quinta-feira tinha matado uma policial.

Quem é especialmente procurada é Hayat Boummedienne, de 26 anos, namorada de Coulibaly, de 32 anos, e amiga de Chérif Kouachi, o mais novo dos irmãos, e da esposa dele, Izzana Hamyd, que já teria sido detida, segundo a imprensa francesa.

A justiça francesa quebrou o sigilo telefônico de Boummedienne, o que provou trocou em 2014 mais de 500 ligações com Hamyd, o que, destacou ontem a promotoria de Paris, demonstra os "vínculos constantes e sustentados entre os dois casais".

O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou que irá reforçar o dispositivo de proteção antiterrorista Vigipirate com meios adicionais para proteger certas instituições e lugares de culto, enquanto o primeiro-ministro, Manuel Valls, ressaltou que a mobilização do Estado "é indispensável".

Reflexo do clima de tensão que a França ainda vive é a sucessão de falsos alertas de bomba nas últimas horas, como uma que levou hoje a evacuar um hotel do complexo Eurodisney, ao leste de Paris, situação que já foi normalizada.

Três terroristas são mortos e Al Qaeda assume atentado ao Charlie Hebdo

Horas depois de a polícia francesa matar os dois suspeitos de participarem do atentado ao jornal francês Charlie Hebdo, na tarde desta sexta-feira (9), um integrante da Al Qaeda no Iêmen disse que o grupo foi responsável pelo ataque à publicação. A ação, na manhã de quarta-feira (7), deixou 12 mortos.

Um integrante do grupo, conhecido como Al Qaeda da Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês), enviou à agência de notícias Associated Press. "A liderança da AQAP dirigiu as operações e escolheu seu alvo cuidadosamente", afirmou. Ele disse ainda que o ataque foi "uma vingança pela honra" do profeta Maomé.

No comunicado, ele afirma que o ataque correspondia aos alertas feitos pelo líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, morto em maio de 2011, ao Ocidente sobre "as consequências da persistência na blasfêmia contra as santidades muçulmanas". O integrante da Al Qaeda acrescentou que o grupo demorou em reivindicar autoria pela ação por "razões de segurança".

Mortes

Os irmãos Said Kouachi e Chérif Kouachi, que teriam participado do ataque o Charlie Hebdo, e Amedy Coulibaly, um islamita radical francês de 32 anos, foram mortos pelas forças policiais nesta sexta-feira. Os irmãos Kouachi se refugiaram em uma empresa em Dammartin-en-Goele, a nordeste de Paris, onde fizeram um refém.

Agentes do corpo de elite da Gendarmaria, o Grupo de Intervenção da Gendarmaria Nacional (GIGN), subiram no teto de uma das edificações da empresa e mataram os dois ao invadir o local encerrando uma caçada iniciada na quarta-feira após o atentado ao Hebdo. O refém saiu ileso e um policial teria ficado ferido.

Coulibaly foi morto por policiais após fazer cinco reféns em um mercado kosher (com produtos para judeus) Hyper Cacher em Paris. Coulibaly também é suspeito de ter assassinado uma policial municipal francesa na quinta-feira (8). Quatro reféns morreram na invasão ao supermercado, mas as circunstâncias ainda não estão esclarecidas. Não se sabe, por exemplo, se os reféns foram mortos por disparos dos policiais ou por Coulibaly.

No ataque ao mercado, o radical teria tido ajuda de uma jovem, identificada pela polícia como Hayat Boumeddiene, de 26 anos. Ela é companheira de Coulibaly e também é suspeita de auxiliá-lo no assassinato da policial em Montrouge, no sul de Paris. Boumeddiene é procurada pela polícia.

A rede de televisão francesa BFM TV disse ter recebido uma ligação de Coulibal. Ele já estava no supermercado e queria falar com a polícia. Em conversa com os repórteres, Coulibaly afirmou trabalhar para o grupo extremista Estado Islâmico, que atualmente ocupa áreas da Síria e do Iraque. Ele também afirmou ter "sincronizado" o assassinato da policial, na quinta-feira, com a ação dos irmãos Kouachi.

Terror no supermercado

O ataque ao supermercado judaico em Paris, no distrito de Vincennes, começou na manhã desta sexta-feira. "Já sabem quem eu sou", disse Amedy Coulibaly ao entrar na loja Hyper Cacher, que vende produtos kosher, consumidos pela comunidade judaica. Imagens do supermercado mostraram dezenas de policiais armados e aglomerados do lado de fora das duas entradas. A ação começou com tiros e uma explosão junto à porta. Depois, os reféns foram retirados às pressas.

Coulibaly foi condenado em dezembro de 2013 a cinco anos de prisão por tentar ajudar na fuga do islamita Smaïn Aït-Belkacem, um antigo membro do Grupo Islâmico Armado (GIA) argelino que cometeu um atentado na estação de trem do Museu de Orsay, em Paris, em 1995, deixando 30 feridos.

O caso uniria os nomes de Coulibaly e de Chérif Kouachi, o mais novo dos dois irmãos envolvidos no massacre na Charlie Hedbo. Kouachi também esteve relacionado com a tentativa de fuga de Smaïn Aït-Belkacem e foi detido com ele.

Segundo a emissora France Info, Coulibaly vivia em Fontenay-aux-Roses e teria tido contato com o grupo jihadista da chamada "rede de Buttes Chaumont", no distrito XIX de Paris, onde Chérif Kouachi estava radicado. Boumeddiene é a companheira de Coulibaly desde 2010 e viveu em sua casa enquanto este cumpriu pena na prisão, segundo o jornal Le Monde.

Cerco aos irmãos Kouachi

O cerco aos irmãos Kouachi começou quando os suspeitos foram avistados na região de Dammartin-en-Goele, na manhã desta sexta. Eles se refugiaram em uma empresa, onde fizeram um refém, após fugir das forças policiais francesas desde quarta-feira. Às 16h55 (13h55 de Brasília) foram escutados os primeiros disparos no local, acompanhados de explosões que pareciam vir de granadas de fumaça.

Os dois irmãos saíram da fábrica e dispararam em direção às forças de segurança, que revidaram e acabaram matando os dois suspeitos. Segundo as primeiras informações, o refém, um homem de 26 anos, escapou ileso, enquanto pelo menos um policial ficou ferido. De acordo com negociadores que participaram da operação, os suspeitos teriam dito que "pretendiam morrer como mártires".

Dammartin-en-Goele fica a cerca de 40 quilômetros do local onda a polícia vinha procurando os dois irmãos. É uma pequena cidade na região metropolitana de Paris, próxima ao aeroporto Charles De Gaulle, que restringiu suas operações devido ao aparato policial. Mais cedo, tiros foram ouvidos na cidade e uma fonte da polícia disse que as forças de segurança estavam perseguindo um veículo numa rodovia próxima, a A2.

O presidente da França, François Hollande, chegou a interromper nesta sexta-feira a terceira reunião de crise com os membros de seu governo devido à tomada de reféns em Dammartin-en-Goële. O gabinete de crise tinha começado às 9h (horário local, 5h em Brasília). O chefe de Estado retornou a seu escritório após ser informado do curso recente dos eventos.

Os suspeitos são dois irmãos franceses filhos de argelinos, e já estavam sob observação da polícia. Cherif Kouachi, um dos suspeitos, ficou 18 meses na prisão por fazer parte de uma célula islâmica que alistava cidadãos franceses em uma mesquita no leste de Paris para que fossem ao Iraque combater os norte-americanos. Ele foi preso antes de partir para o Iraque.

Um descuido dos dois teria ajudado nas investigações. A carteira de identidade de Said foi perdida no carro usado na fuga logo após o atentado ao jornal. O veículo foi localizado pela polícia francesa horas depois abandonado. Um terceiro suspeito teria participado do ataque ao Charlie Hebdo na quarta, mas ele está preso. Na madrugada desta quinta-feira, um homem de 18 anos de idade, Hamyd Mourad, se entregou à polícia em Charleville-Mézières, cerca de 230 quilômetros a nordeste de Paris, perto da fronteira com a Bélgica.

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