O governante líbio, Muamar Kadafi, afirmou nesta quarta-feira que os "campos de petróleo estão em segurança e sob controle, mas as companhias estrangeiras estão temerosas". A Líbia tem as maiores reservas de petróleo na África e é o quarto maior produtor no continente. Ele disse que o país poderia se voltar para o Leste - China, Índia e Coreia do Sul - e outra nação amiga como o Brasil para buscar cooperação econômica.
O líder líbio também advertiu o Ocidente contra uma possível intervenção para apoiar rebeldes contrários a seu regime. Kadafi afirmou que, nesse caso, lançaria uma "guerra muito sangrenta", na qual "milhares de líbios morreriam". Segundo a organização não-governamental (ONG) Liga Líbia de Direitos Humanos, pelo menos seis mil pessoas morreram desde o início dos protestos em território líbio. A Liga Líbia de Direitos Humanos é ligada à Federação Internacional pelos Direitos Humanos, que congrega 155 organizações de direitos humanos em quase cem países.
Falando ao vivo na televisão estatal, Kadafi mais uma vez culpou a Al-Qaeda por desafiar seus 41 anos de governo e disse que o objetivo do grupo é controlar a terra líbia e o petróleo do país. Depois, dirigindo-se aos "nossos amigos na Europa e no Ocidente", ele disse que "de modo algum é de seu interesse sacudir o regime líbio". Em um discurso apaixonado de 2h30, Kadafi negou que tenha havido qualquer protesto pacífico desde o início das manifestações, em 15 de fevereiro. Também disse que não poderia renunciar, pois "não tem poder real".
Os Estados Unidos, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Organização das Nações Unidas (ONU) avaliam se impõem uma zona de exclusão aérea na Líbia ou mesmo se lançam ataques aéreos. O governante advertiu que "a batalha será muito, muito longa" se houver uma intervenção. "Se os americanos ou o Ocidente querem entrar na Líbia, eles devem saber que será um inferno e um banho de sangue pior que no Iraque." Kadafi repetiu que não pretende deixar o país. "Eles falam da saída de Kadafi... Vocês vão embora, Kadafi fica, liderando a revolução." As informações são da Dow Jones.
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