O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, disse nesta sexta-feira que a morte de Osama bin Laden 'pode virar o jogo' a favor do seu país na guerra do Afeganistão.

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Falando a cerca de 450 militares da Força Aérea na Carolina do Norte, Gates -- que está a poucas semanas de deixar o cargo -- disse que dentro de seis meses os militares norte-americanos serão capazes de avaliar se a morte do líder da Al Qaeda teve algum efeito sobre a guerra.

'Acho que há uma possibilidade de que isso leve a virar o jogo', disse Gates, respondendo a pergunta dos militares. 'Bin Laden e o mulá Omar (líder do Taliban) tinham uma relação pessoal muito estreita, e há outros no Taliban que se sentiram traídos pela Al Qaeda, porque foi por causa do ataque da Al Qaeda aos Estados Unidos (em 11 de setembro de 2001) que o Taliban foi derrubado (do poder) no Afeganistão', afirmou.

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'Então precisamos ver como fica essa relação. Francamente, acho cedo demais para fazer um julgamento em termos do impacto fora do Afeganistão, mas acho que em seis meses mais ou menos provavelmente saberemos se fez diferença', disse Gates, segundo transcrição divulgada pelo Pentágono.

O secretário não afirmou se a morte de Bin Laden influenciará o cronograma de retirada das forças dos EUA do Afeganistão, prevista para começar em julho e terminar em 2014.

Sobre as suspeitas de que o Paquistão foi conivente com a presença de Bin Laden em seu território -- o militante foi morto nesta semana por forças dos EUA numa casa a poucos quilômetros de um importante quartel paquistanês --, Gates admitiu que a relação entre Islamabad e Washington é 'complexa', mas lembrou que o Paquistão tem combatido o Taliban e a Al Qaeda em suas áreas tribais, e permitido o uso do seu território como rota de abastecimento para as forças dos EUA no Afeganistão.

'Ao mesmo tempo, não há dúvidas de que eles se protegem nas suas apostas', disse Gates. 'A visão deles é de que os abandonamos quatro vezes nos últimos 45 anos. E eles não têm certeza de que iremos permanecer na região. Eu diria que é uma relação na qual precisamos continuar trabalhando.'

Gates falou também a respeito da sobrecarga sofrida pelas Forças Armadas dos EUA nos últimos anos, e alertou que isso não vai acabar tão cedo. 'As pessoas têm tido, como muitos nesta sala provavelmente tiveram, múltiplas passagens no Iraque e no Afeganistão, e agora provavelmente também na Líbia. E isso claramente vai continuar por mais um par de anos pelo menos'.

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