Políticos italianos se mobilizaram nesta terça-feira (10) para passar rapidamente um projeto esclarecendo o tema do direito à morte. A medida deve ser aprovada após uma dura batalha judicial no caso de Eluana Englaro, que morreu na segunda-feira após ficar 17 anos em coma. A Itália não permite a eutanásia, porém os pacientes têm o direito de recusar tratamento. Em caso de paciente em estado vegetativo, porém, não há legislação regulando a possibilidade ou não da interrupção do tratamento.
Eluana, de 38 anos, estava no que os médicos caracterizavam como um estado vegetativo irreversível após um acidente de carro em 1992. Os médicos diminuíram a água e a alimentação de Eluana. O governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, com o apoio do Vaticano, enviou uma lei emergencial ao Parlamento proibindo a alimentação e a água de serem suspensas, no caso de pacientes dependentes.
Os senadores disseram que desistiriam do projeto inicial para salvar a mulher e elaborarão uma legislação mais abrangente. O ministro da Saúde, Maurizio Sacconi, afirmou que há "urgência" para se aprovar uma lei sobre esses casos. Houve manifestações favoráveis e contrárias à decisão judicial em frente à clínica em que estava Eluana, em Údine, no nordeste italiano.
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