A Rússia intensificou hoje a ofensiva na Geórgia ampliando bombardeios aéreos para algumas cidades próximas a região do conflito, Ossétia do Sul, como Gori, onde vários edifícios estavam em ruínas e corpos podiam ser vistos pelas ruas. Entre as vítimas, estariam idosos e crianças. Aviões russos também teriam atingido uma base militar nas redondezas de Gori, além de outras bases próximas.
Na madrugada de hoje, a força área russa atacou a base militar de Vaziani, próximo à capital da Geórgia, Tskinvali, e do oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan, que responde por cerca de 1% do petróleo exportado no mundo. Segundo o ministro do Interior da Geórgia, Shota Utiashvili, também outras duas bases militares foram atingidas e aviões bombardearam o porto de Poti, no Mar do Norte, local de grande importância para a indústria de petróleo.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse, em Pequim, que a ampliação do conflito para além da província separatista da Ossétia do Sul coloca em risco a paz na região e pediu o fim da violência. Os EUA são aliados da Geórgia. "Estou profundamente preocupado com a situação na Geórgia", disse Bush a repórteres em Pequim, onde acompanha os Jogos Olímpicos. "Os ataques estão ocorrendo em regiões da Geórgia distantes da área de conflito e isto representa uma perigosa escalada da crise", alertou
Em tom sóbrio, o presidente americano disse que "a violência está ameaçando a paz regional" e a "vida de civis". "Pedimos suspensão imediata da violência e a retirada de todas as tropas. Pedimos pelo fim dos bombardeios russos e o retorno, de ambas partes, às condições de quarta-feira (dia 6)".
Um porta-voz dos Estados Unidos, Gordon Johndroe, disse que Bush conversou recentemente com o presidente russo, Dmitry Medvedev, e com o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, "reiterando a posição dos EUA aos dois líderes"
O conflito entre o exército da Geórgia e russo foi iniciado ontem, depois de a Geórgia lançar ofensiva para retomar o controle da província separatista, detonando uma resposta da Rússia, que mantém relação próxima com a Ossétia do Sul. Em Moscou, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Servey Labrov, disse que cerca de 1,5 mil pessoas morreram e que esse número poderia aumentar hoje.