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Acusados da maior chacina da história do Paraná são julgados em Guaíra

A sentença está prevista para ser proferida somente na quarta-feira (11) | Osmar Nunes - Agência de Notícias Gazeta do Povo
A sentença está prevista para ser proferida somente na quarta-feira (11) (Foto: Osmar Nunes - Agência de Notícias Gazeta do Povo)
A rua em frente ao fórum da cidade foi fechada por medida de segurança |

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A rua em frente ao fórum da cidade foi fechada por medida de segurança

Cenário da chacina, à beira do Lago de Itaipu: 15 pessoas foram mortas |

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Cenário da chacina, à beira do Lago de Itaipu: 15 pessoas foram mortas

Começou às 9 horas desta segunda-feira (9) o julgamento dos envolvidos na chacina que deixou 15 mortos na cidade de Guaíra, Oeste do Paraná, em setembro de 2008. O crime ocorreu em uma chácara às margens do Lago de Itaipu e foi motivado por vingança e dívidas do narcotráfico. Jair Correia, Ademar Fernando Luiz e Fabiano Alves de Andradeconfessaram os homicídios e estão sendo julgados no Tribunal do Júri do Fórum de Guaíra. A sentença está prevista para ser proferida somente na quarta-feira (11).

Desde o início da manhã, o movimento é grande nas proximidades do fórum. Policiais militares e de fronteira fazem a segurança do prédio, limitando a entrada de pessoas. Ao todo, 13 testemunhas, sendo cinco de defesa e oito de acusação, serão ouvidas ao longo da audiência, presidida pelo juiz Wendel Fernando Brunieri e composta por sete jurados.

O julgamento teve início com o depoimento das testemunhas de acusação. Fica a cargo do juiz o horário em que a audiência será interrompida nesta segunda-feira, mas a expectativa é que a sessão se estenda até o início da noite, para ser retomada na manhã de terça-feira (10). Um intervalo também deve ser determinado pelo juiz para o horário de almoço.

A chacina de Guaíra é considerada a maior da história do Paraná e teria ocorrido em um intervalo de cinco horas, segundo a denúncia do Ministério Público (MP). Entre os 15 mortos havia duas mulheres, uma delas menor de idade. Outras oito pessoas ficaram feridas – algumas delas se fingiram de mortas para escapar da execução. Uma mulher e duas crianças escaparam sem ferimentos.

O crime guardava relação com um assassinato anterior, de Dirceu de Souza Pereira. Ele havia sido morto pelo suposto desvio de uma carga de maconha comprada por Jossimar Marques Soares, o Polaco. O padrasto de Dirceu, Jair Correa, juntou-se a Ademar Fernando Luiz e Fabiano Alves de Andrade para vingar o filho. Pretendia matar Polaco, dono da chácara, e os três executores do enteado. Cada pessoa que entrava na propriedade de Polaco, ao longo do período em que o trio esteve lá, era executada.

Denúncia e defesa

O MP pediu 250 anos de prisão para cada um dos três acusados. A Promotoria de Justiça de Guaíra entendeu que os crimes foram praticados com crueldade, sem chance de defesa para as vítimas, além de algumas delas terem sido torturadas antes de serem mortas.

Em setembro deste ano, os advogados dos réus disseram à Gazeta do Povo que de fato não há dúvidas quanto à autoria do crime, mas que, no julgamento, tentarão conseguir uma pena mínima para os clientes. "Nenhum deles nega o crime e não há divergência entre eles. Vamos basear a defesa em aspectos técnicos para diminuir a pena", disse o advogado Luiz Cláudio Nunes Lourenço, que, junto com Ademílson dos Reis, defende o trio.

Mudanças

A chacina ajudou a mudar o tratamento policial dado à região de Guaíra. A Polícia Federal (PF) ganhou uma delegacia marítima, com embarcações para patrulhar o lago. Os equipamentos e o efetivo policial estavam previstos, mas o crime de 22 de setembro acelerou o processo. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), que até julho de 2008 não atuava na região, tem trabalhado com a PF. E somente depois da chacina o governo do estado criou a Força Alfa – Companhia Independente de Fronteira –, embora já estivesse nos planos da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).

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