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A sigla da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi vista em várias áreas da penitenciária após o motim | Marcelino Duarte / Gazeta do Povo
A sigla da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi vista em várias áreas da penitenciária após o motim| Foto: Marcelino Duarte / Gazeta do Povo

O cenário encontrado na Penitenciária Estadual de Cascavel (Oeste do Paraná), onde uma rebelião iniciada no domingo (24) e que se arrastou por cerca de 44 horas, é de completa destruição. Na tarde desta terça-feira (26), o Depen (Departamento Penitenciário do Estado) autorizou o acesso da imprensa ao local, onde cinco presos foram assassinados e 25 ficaram feridos.

Sete presos estão desaparecidos, e ainda não se sabe o que aconteceu com eles. "Podem estar mortos, ter fugido ou estar escondidos em algum local no interior da unidade", afirmou o diretor do Depen, Cezinando Paredes.

O diretor não descarta que os corpos dos desaparecidos estejam carbonizados em uma ala onde os agentes ainda não entraram por haver riscos de desabamento. No local, funcionava uma fábrica de botinas que foi incendiada durante a rebelião.

O cenário na penitenciária parece de guerra, com destruição de praticamente todas as celas.

Durante todo o dia, agentes penitenciários retiraram armas artesanais, chamadas de estoques, que foram usadas para manter presos reféns e decapitar dois detentos.

Outros três presos morreram ao ser lançados do telhado do presídio, de aproximadamente 15 metros de altura.

Roupas, calçados, livros, comida, colchões queimados e materiais de higiene se misturavam com muita sujeira espalhadas pelo chão.

Imagens religiosas podem ser vistas nas paredes ao lado de inscrições da sigla PCC (Primeiro Comando da Capital), facção com raízes em São Paulo. Alguns amotinados se identificaram como integrantes da facção criminosa.

Um agente penitenciário que preferiu não se identificar relatou que as portas dos corredores que dão acesso às galerias onde estão as celas eram todas automáticas, mas que conforme começavam a apresentar problemas eram transformadas em manuais. "Não tem investimento por parte do Estado", diz.

A varredura no local deve demorar pelo menos dez dias, segundo o diretor do Depen. Depois, serão feitos laudos que irão apontar o que foi avariado para dar início a um processo de licitação para reformar a unidade prisional.

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