Protesto na Reitoria contra a adesão do HC à Ebserh| Foto: Antonio More/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Trabalhadores da Funpar realizam nova greve

A reunião do Conselho Universitário da UFPR, que deveria ter ocorrido na manhã desta quarta-feira, motivou uma nova paralisação dos funcionários do HC contratados via Funpar. Aproximadamente 70% destes funcionários cruzaram os braços às 7 horas para protestar, principalmente, contra a adesão do HC à Ebserh. A assessoria de imprensa do HC diz, contudo, que 91 dos 916 funcionários que aderiram ao movimento, que causou o fechamento da central de agendamento de exames e consultas e que deixa alguns ambulatórios médicos sem secretários. O atendimento médico nestes ambulatórios segue normalmente.

Segundo divulgado no site do Sinditest-PR, a categoria entende que a adesão é prejudicial tanto para a categoria, quanto para a população usuária. "Caso a Ebserh seja aprovada pelo Coun na sessão do dia 05 de junho, a empresa fará as demissões de todos os trabalhadores fundacionais de maneira escalonada, conforme declaração do próprio Reitor Zaki Akel Sobrinho à imprensa", relatam na página do sindicato na internet.

Mesmo antes do início do movimento, o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ricardo Bruel, chegou a sugerir, na terça-feira (3), que a greve dos 916 trabalhadores do Funpar que atuam no HC fosse declarada abusiva.

No entanto, a desembargadora Ana Carolina Zaina disse que iria aguardar a efetiva declaração do movimento para tomar uma decisão sobre o assunto. Por volta das 11 horas, ela ainda estudava se iria ou não declarar a greve como abusiva. A desembargadora deu um prazo para que o Sinditest se pronuncie formalmente a respeito da greve até às 14 horas desta quarta-feira (04). Posteriormente, ela poderá estipular multa ao sindicato e determinar percentual mínimo dos trabalhadores em cada setor do HC. O sindicato deveria ter comunicado ao TRT a decisão da assembleia da categoria até às 9 horas da manhã.

Esta é segunda greve no ano deflagrada pelos trabalhadores do HC contratados via Funpar. No dia 19 de maio eles cruzaram os braços, mas interromperam o movimento um dia depois, após receberem propostas da UFPR durante reunião na Justiça do Trabalho.

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O Conselho Universitário (Coun) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) suspendeu por tempo indeterminado a reunião que pretende definir sobre a adesão do Hospital de Clínicas (HC) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O encontro, que a princípio ocorreria na manhã desta quarta-feira (4), na reitoria da UFPR, foi transferido para a tarde do mesmo dia na sede da Procuradoria da República no Estado do Paraná. Cerca de cem manifestantes ficaram na porta do prédio e impediram a entrada dos conselheiros, e, no fim, foi decidido pela suspensão do encontro.

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Segundo o reitor Zaki Akel Sobrinho, ainda não há uma data para que o tema seja deliberado pelo Conselho. "Não foi possível realizar o debate pela falta de pessoas", afirma. O Conselho possui 63 membros, o quórum mínimo para deliberar qualquer assunto precisa ser de 32. No começo da reunião, 45 conselheiros estavam presentes, mas integrantes que são contrários a Ebserh se retiraram do encontro.

"Vamos analisar com muita calma para definir uma nova data. Tenho um limite que a Justiça me impôs para definir isso", ressalta. O Tribunal Regional do Trabalho determinou que até o dia 19 seja votada a adesão à Ebserh. Caso a medida não seja cumprida a UFPR pagará multa de R$ 100 mil por dia. "Preparamos a reunião para que tivéssemos um longo debate sobre a Ebserh, mas infelizmente não foi possível. A força ganhou do poder de argumentação", lamenta Akel.

Confusão

Na saída de alguns conselheiros os manifestantes vaiaram e gritaram palavras como "privatista". Um dos conselheiros chegou a trocar empurrões com manifestantes e a polícia foi obrigada a intervir. Os óculos de um dos manifestantes chegou a quebrar. Durante todo o protesto, polícias Militar e Federal estavam a postos para intervir, caso fosse necessário. Após a saída dos conselheiros, os manifestantes fizeram uma passeata em direção ao prédio da Reitoria.

Protesto pela manhã

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Desde a manhã desta quarta, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest-PR), que é contra a adesão, fez um ato em frente ao novo local de reunião para impedir o acesso de conselheiros aos locais de reunião. A Polícia Militar manteve agentes nos dois locais para monitorar a situação, mas até o meio da tarde não tinha estimativa de quantas pessoas participavam da manifestação.

O Sinditest-PR informou que cerca de 300 pessoas participaram do protesto. Os manifestantes reclamavam, principalmente, do fato de o encontro dos conselheiros ter sido convocado para um lugar fora da universidade.

Segundo o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, não havia como colocar os conselheiros para dentro da reitoria, pois alguns manifestantes os esperavam com ovos nas mãos.

O Sinditest-PR contesta a informação repassada pela universidade de que os manifestantes bloquearam os acessos da reitoria. Conforme a entidade, a entrada no prédio foi inviabilizada por seguranças privados da instituição, o que indicaria uma "estratégia política para desvirtuar o movimento dos trabalhadores". Cerca de 500 pessoas, segundo o sindicato, participaram do protesto.

Sindicato teme demissões

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O medo do Sinditest-PR é de que o hospital não seja mais da UFPR e que haja demissão imediata dos 916 funcionários da Fundação da UFPR (Funpar) que atuam na instituição. No ano passado, a Justiça do Trabalho determinou que o HC exonerasse os trabalhadores contratados via Funpar e que eles fosse substituídos por servidores devidamente concursados.

Contudo, em entrevista à Gazeta do Povo divulgada no domingo (2), o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel Sobrinho, afirmou que o hospital garantiu a manutenção desses funcionários por cinco anos (tempo para aposentadoria de 60% dos trabalhadores da Funpar). Ele disse ainda que o HC continuará da UFPR e 100% público, atendendo somente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O reitor entende que, atualmente, a Ebserh é a única forma de evitar o sucateamento do HC e estagnar a crise que toma conta da instituição.