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caos no Litoral

Chuvas deixam prejuízo estimado em R$ 87,9 milhões nas cidades do Litoral

Governador Beto Richa e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, visitaram a área do desabamento no bairro da Laranjeira, em Antonina | Walter Alves / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Governador Beto Richa e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, visitaram a área do desabamento no bairro da Laranjeira, em Antonina (Foto: Walter Alves / Agência de Notícias Gazeta do Povo)

usado, mas não se sabe quanto desta verba poderia ser destinada para o estado. O ministro reforçou que as verbas serão destinadas para obras emergenciais e que a reconstrução das cidades, neste momento, fica em segundo plano. Ele sinalizou que deve pedir mais dinheiro por medida provisória.

Bezerra, e o secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, fizeram um sobrevoo sobre as regiões atingidas pelas chuvas. Eles passaram pela localidade de Floresta, em Morretes; em Laranjeiras, em Antonina; e seguia para verificar a situação em Paranaguá. Ele retornou para Curitiba sobrevoando as rodovias, para verificar a dimensão dos estragos causados com a destruição de pontes e as filas de carros.

Dois helicópteros fizeram as viagens. Em um deles, além do ministro e do secretário, estavam o governador Beto Richa (PSDB) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT). Na outra aeronave, o presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Mounir Chaowiche, e jornalistas da Agência Estadual de Notícias.

Em passagem pelo Rio Grande do Sul, o ministro sinalizou uma ajuda de R$ 10 milhões para o estado, mas não liberou o recurso. Esse dinheiro vem de um recurso que o governo disponibilizou para as defesas civis em 2010, em um total de R$ 700 milhões.

Possibilidades

O governo federal vai estudar a possibilidade de liberar novas linhas de crédito para a reconstrução de casas que foram destruídas pelas chuvas no Litoral paranaense. O compromisso foi firmado na terça-feira (15), quando os prefeitos de Antonina ? Carlos Augusto Machado ?, Morretes ? Amilton Paulo de Paula ?, e Paranaguá ? José Baka Filho ? se reuniram com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e o secretário nacional da Defesa Civil, Humberto Viana.

No encontro ficou acertado que a União vai liberar recursos para recuperar o que foi destruído com as chuvas, especialmente para obras de infra-estrutura. As ações serão centralizadas pelo governo do Estado, que deve receber as verbas para fazer o repasse.

Bezerra também falou em avaliar algumas possibilidades. Entre elas está a liberação de recursos da previdência social e do FGTS para a reconstrução de casas. Ele também comentou que é possível criar uma linha específica dentro do programa "Minha casa, Minha Vida" para a construção de casas. Ele estima que possam ser feitas entre mil e 1,5 mil residências por essa linha de crédito.

Além dos prefeitos, participaram da reunião o secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho (irmão do governador Beto Richa) e pelo presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Mounir Chaowiche. A senadora Gleisi Hoffmann (PT) também participou do encontro.

A ação é uma resposta do governo federal aos pedidos do governador Beto Richa. Ele telefonou para a presidente da República, Dilma Rousseff, na manhã desta terça. Os dois conversaram por cerca de cinco minutos e houve o comprometimento de Dilma em enviar ajuda para o litoral do Paraná.

MP-PR pede a retirada das famílias das áreas de risco

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) entrou com medida cautelar pedindo a retirada de todas as famílias que se encontram nas áreas de risco em Antonina, Litoral do Paraná. ?Queremos que a medida cautelar apresentada sirva como base para que novas tragédias não venham a ocorrer e que a região, se de fato não tiver condições, não volte a ser ocupada?, disse a promotora de Justiça, Rosana Mikrut da Rocha Loures Demchuk, autora da ação, por meio da assessoria de imprensa.

A medida também requer o reforço policial nas áreas afetadas. ?Como muitas famílias não saem de suas casas em função de seus patrimônios, buscamos resguardar igualmente seus bens, pedindo reforço e vigilância policial nas áreas desabrigadas, bem como inventariando os pertences das vítimas?, disse.

População em abrigos no litoral

São 581 pessoas ainda instaladas em abrigos no litoral do Paraná, quatro dias após os deslizamentos. O número faz parte de dados divulgados pela Coordenadoria Estadual da Defesa Civil nesta quarta-feira (16), no boletim das 19 horas. O número de desabrigados chegou a 2.499 em Antonina, Morretes e Paranaguá.

O maior número de desabrigados registrado pela Defesa Civil ocorreu em Morretes. O órgão informou que 1.180 pessoas foram cadastradas em abrigos na cidade, mas que apenas 145 permaneciam em abrigos improvisados até a tarde desta quarta. O restante dessas pessoas conseguiu se alojar em casa de familiares ou saiu da cidade e deixou de fazer parte da estatística do órgão.

Em Antonina está o maior número de pessoas que ainda permanecem em abrigos. Eram 300 nesta quarta-feira. O total no município chegou a 1.160. Com relação a Paranaguá, 136 moradores da cidade estão em abrigos.

Guaratuba - a quarta cidade do litoral atingida pela chuva - não teve desabrigados, segundo a Defesa Civil.

Atividades nos oleodutos suspensas

A Petrobras está deslocando gasolina e óleo diesel de São Paulo para evitar desabastecimento no Paraná. A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) tem produzido pouca quantidade de combustíveis porque a atividades dos oleodutos que abastecem a refinaria foram suspensas.

Os deslizamentos BR-376 danificaram oleodutos em Paranaguá, São Francisco do Sul (SC) e Biguaçu (SC) e impedem o transporte de Petróleo. A estimativa da Petrobras é de que o fornecimento deve ser normalizado em dez dias. O presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese, afirma ser pouco provável a falta de combustível no Paraná.

Limpeza das casas atingidas pela chuva no litoral

Famílias do litoral do Paraná que tiveram a casa invadida pela enchente e pelo barro e já receberam autorização dos órgãos competentes para retornar aos imóveis precisam ter cuidado no momento da limpeza das casas.

Segundo o órgão, o barro - que fica nas casas depois que o nível da água baixa - está contaminado. Existe risco de leptospirose, pois pode haver a bactéria presente na urina dos ratos.

A orientação da Secretária de Estado da Saúde (Sesa) é para que as pessoas façam uso de botas e luvas plásticas na limpeza, de acordo com a Agência Estadual de Notícias, órgão oficial de comunicação do governo do Paraná. As casas precisam ser desinfetadas com água e água sanitária. Todos os alimentos e medicamentos que entraram em contato com água ou barro contaminados precisam ser eliminados e não podem ser consumidos.

Outro problema é a possível presença de animais peçonhentos dentro das casas, como cobras e escorpiões. É preciso também ter atenção redobrada para arrastar móveis.

Para limpeza da caixa d?água, a cada mil litros de água deve-se usar 100 mililitros (mls) de hipoclorito de sódio a 2,5% ou 100 mls de água sanitária (dois copinhos de café descartáveis).

A Sesa enviou técnicos ao litoral para orientar a população sobre a limpeza das casas e reforçou o estoque de medicamentos.

Defesa civil confirma quarta morte

A Coordenadoria de Defesa Civil confirmou, em seu boletim divulgado às 18 horas de terça-feira (15), a quarta morte causada pela chuva no Paraná. Este é o terceiro óbito registrado no Litoral, o primeiro em Morretes, na localidade de Floresta. As duas primeiras ocorreram em Antonina. Outra morte foi registrada em Honório Serpa, no Sudoeste, onde a vítima foi arrastada pela enxurrada.

A mulher, identificada como Maria de Souza Lopes, teria morrido afogada dentro de casa, em Morretes, e foi arrastada pela enxurrada. Ela, que teria entre 53 e 58 anos, estava desaparecida desde a sexta-feira (11). Seu corpo foi encontrado nesta terça e encaminhado para o IML de Paranaguá.

Calamidade pública

Conforme a Gazeta do Povo já havia antecipado, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), assinou na manhã de terça-feira o decreto que declara os municípios de Morretes e Antonina em estado de calamidade pública.

A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil recebeu documentos dos municípios, como os decretos e a Avaliação de Danos (Avadan), e encaminhou à Procuradoria-Geral do Estado.

A Procuradoria estudou os documentos e a melhor forma legal de declarar o estado de calamidade para esses municípios.

O decreto reforça a necessidade de contar com recursos do governo federal para a reconstrução das cidades. A avaliação da liberação das verbas do Ministério da Integração Nacio­nal é feita por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil.

Antes do governo do Paraná, a prefeitura de Morretes decretou estado de calamidade pública no domingo (13).

Guaratuba decretou situação de emergência na segunda-feira (14) e Paranaguá havia tomado essa providência na sexta-feira (11).

Estradas

O trânsito fluía com lentidão na BR-277 nos dois sentidos na noite desta quarta-feira (16). Durante a tarde, o percurso entre Curitiba e litoral era feito em 3 horas, em média.

Os caminhões desciam a Serra do Mar em comboio. Os veículos eram retidos antes da praça de pedágio São José dos Pinhais. Segundo a Ecovia, não havia mais fila de caminhões na noite desta quarta-feira.

No quilômetro 26, onde restou somente uma das duas pontes, é liberada a passagem de um caminhão de cada vez, segundo a concessionária. Os caminhões foram liberados para descer a Serra do Mar no fim da noite de segunda-feira, por volta das 21 horas. Os veículos seguem para o Porto de Paranaguá, onde é escoada a safra.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, por volta das 22 horas, os motoristas levavam até 40 minutos para passar por esse trecho em direção a Curitiba e cerca de 20 minutos no sentido Litoral.

No km 24, onde há o acesso para Morretes pela PR-408, o tráfego foi liberado para veículos leves na noite desta quarta-feira. Durante todo o dia, cerca de 60 soldados do exército trabalhavam na montagem de uma ponte metálica sobre o Rio Sagrado Três. A ponte de cimento que havia no local foi destruída pela chuva dos últimos dias. A ponte provisória deve permanecer no local por cerca de um mês, até a construção de uma definitiva.

A BR-227 continua sendo uma das rotas possíveis para deixar o litoral do Paraná. A orientação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é de que somente quem tem extrema necessidade pegue a estrada. Há risco de novos deslizamentos e a estrada poderá ser fechada novamente. A Estrada da Graciosa (PR-410) é outro caminho que pode ser utilizado para deixar o litoral. A Polícia Rodoviária Estadual alerta que a rodovia poderá ser fechada a qualquer momento e recomenda prudência na estrada. Também vale a recomendação para trafegar apenas em casos emergenciais.

A BR-277 está liberada para o trânsito de caminhões, veículos leves, ônibus de passageiros e veículos que transportam donativos. Do quilômetro 12 ao 29, o trânsito estava em meia-pista nesta quarta-feira.

A PR-410 (Estrada da Graciosa) estava parcialmente liberada e também era utilizada para deixar o litoral. Os motoristas devem contornar a localidade de São João da Graciosa. A recomendação da PRE é evitar o trecho entre os quilômetros 20 e 30, onde ainda há obras do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Deve-se contornar esse trecho pelo centro de Morretes e depois voltar para a PR-410. A seguir, os motoristas devem trafegar até a BR-116 e pegar as pistas de retorno para Curitiba.

BR-376

A BR-376 - que estava totalmente interditada desde segunda-feira (14), em função da queda de barreiras - foi liberada com restrições em uma operação emergencial, na noite desta terça-feira (15). Às 20h, a pista do sentido Sul da rodovia passou a operar no sistema "pare e siga". Entre o km 651 e o km 672, nas regiões de Tijucas do Sul e Guaratuba.

A direção do tráfego é alterada a cada duas horas, de acordo com informações da Autopista Litoral Sul e PRF. Na tarde desta quarta-feira, a fila chegou a 12 quilômetros no sentido Curitiba e de 8 quilômetros no sentido Santa Catarina. A previsão da PRF é de que o trajeto entre Curitiba e Joinville leve entre 4 a 6 horas para ser percorrido - o dobro do normal.

Uma nova interdição total da rodovia chegou a ser divulgada pela concessionária, às 17h05, por conta de pane mecânica em quatro carretas. A PRF desmentiu a informação e disse que o tráfego no local está liberado e fluindo normalmente.

O principal objetivo da operação de emergência é permitir que veículos com donativos e gasolina cheguem ao litoral para abastecer as cidades atingidas pelas chuvas.

A PRF ainda alerta que a rodovia pode voltar a ser fechada a qualquer momento caso exista a ameaça de novos deslizamentos ou chova forte no trecho.

Possíveis desvios

A recomendação da PRF e da Autopista continua sendo usar os caminhos alternativos. Os motoristas que precisam ir de Santa Catarina para o Paraná e estão na BR-101/SC podem sair da rodovia no km 113 (região de Itajaí), acessar o km 184 da BR-470/SC (passando por Blumenau, Ibirama e Rio do Sul) até a cidade de São Cristóvão do Sul (SC) e pegar a BR-116 até Curitiba.

Os usuários que estão em Curitiba e precisam viajar a Santa Catarina podem fazer o caminho inverso: seguir pela BR-116 até o km 84 (São Cristóvão do Sul), acessar a BR-470/SC e chegar à BR-101/SC por Itajaí (km 113).

Outra possibilidade para quem pretende seguir para Santa Catarina é pegar um desvio pela BR-116, para depois possa voltar à BR-101 (a partir do quilômetro 27), de acordo com a concessionária Autopista Litoral Sul.

Para seguir do Paraná para Santa Catarina é preciso trafegar pela BR-116 até o quilômetro 4, na região de Mafra. Nesse trecho deve-se acessar a BR-280, depois a Serra Dona Francisca e então voltar para a BR-101, em Pirabeiraba, região de Joinville.

Para sair de Santa Catarina e voltar ao Paraná deve-se fazer o caminho inverso, segundo a concessionária.

Uma possibilidade para chegar a Garuva (SC) é seguir pela BR-277, depois pela PR-407 (Pontal do Paraná) e chegar a PR-412 (Guaratuba). O motorista deve atravessar o ferryboat, continuar na PR-412 e então chegará a Garuva.

Ônibus

De acordo com a Urbanização de Curitiba S.A (URBS), as empresas que operam linhas apra o litoral do Paraná e Santa Catarina - Expresso Maringá, Viação Graciosa e Catarinense - estão com frota reduzida, mas fazem as viagens regularmente desde terça-feira (15).

Com relação à empresa Graciosa, habitualmente são, em média, 40 viagens no sentido Curitiba-litoral. Nesta quarta-feira (16), a empresa também retomou as operações para todas as cidades, inclusive para Antonina, com uma frota reduzida.

A empresa Catarinense, que opera as linhas que levam ao litoral de Santa Catarina, operava normalmente, mas mudou o itinerário: os ônibus seguem para o litoral passando pela cidade de São Bento do Sul (SC).

De acordo com a Urbs, todas as empresas afirmaram que a procura por passagens para o litoral é pequena e o público que estava viajando era formado, sobretudo, por pessoas que vivem no litoral ou têm parentes na região.

A Graciosa informou que as viagens demoram entre 3 e 8 horas. Em condições normais, o percurso entre Curitiba e o litoral é feito em 1h30. Ainda não foi feito o levantamento dos prejuízos por causa do cancelamento de viagens.

Trem

Não é possível deixar o litoral de trem, pois as viagens de passageiros foram suspensas até o próximo domingo (20), de acordo com a empresa Serra Verde Expressa. O percurso foi suspenso na última sexta-feira (11). A estimativa da empresa é de que 18 viagens (ida e volta) serão suspensas até 20 de março.

De acordo com a América Latina Logística (ALL), responsável pela rede férrea, a passagem de trens ainda não foi restabelecida. O trecho entre Morretes e Marumbi estava liberado, mas os técnicos da empresa ainda trabalhavam na liberação do trecho entre Morretes e Paranaguá. Não há previsão de quando o tráfego será restabelecido.

Reconstrução na BR-277 deve levar 6 meses

Na BR-277, a Ecovia estima que as obras de reconstrução das pontes e das pistas, que já começaram a ser feitas, sejam concluídas em até 180 dias, se as condições do tempo forem favoráveis. Provisoriamente, estão sendo construídas estruturas de metal e ferro que serão instaladas no lugar das pontes que caíram nos km 18 e 24. As informações atualizadas podem ser consultadas pelo twitter da Ecovia (@ecovia) ou da PRF (@PRF191PR)

Situação em Antonina e Morretes

Em Morretes, segundo o último levantamento da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, divulgado às 19 horas desta quarta-feira (16), o número de desabrigados era de 1.180. Ao todo, 15.178 pessoas foram afetadas pelas chuvas na cidade.

A chuva também obrigou outras 8 mil pessoas a deixarem suas casas e procurarem abrigo com parentes e amigos. Pelo menos 2.450 residências foram danificadas e outras 85 destruídas.

As três agências bancárias de Morretes não funcionaram na segunda-feira (14). Além de estarem fechadas, os caixas eletrônicos das agências da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Itaú foram danificados pelas fortes chuvas que atingiram o litoral e também não podiam ser utilizados pela população. Uma solução encontrada pelos moradores era pagar contas na única lotérica do município. Para quem é cliente da caixa econômica, o estabelecimento também era utilizado para saques. Havia longa fila nessa lotérica na tarde de segunda.

A interdição na BR-277 entre sexta-feira (11) e domingo (13) fez com que fornecedores dos supermercados de Antonina não conseguissem chegar ao município. Em alguns comércios faltavam biscoitos, em outros carnes e ainda alimentos de preparo rápido. Apesar da situação, não se pode afirmar que faltam alimentos na cidade. Como foi dito, há dificuldade para encontrar produtos pontuais.

O grande problema de Antonina é de que não há água mineral para se comprar na cidade. Os moradores podem conseguir alimentos, água e leite na estrutura montada pela Defesa Civil, na Estação Ferroviária.

Outro ponto de distribuição de água é em um colégio na Ponta da Pita, segundo a Defesa Civil. No local funciona uma escola municipal e um colégio estadual. O endereço é Rua Engenheiro Luiz Augusto Leão Fonseca, 923.

Além disso, não havia gasolina nos postos de combustível. Os motoristas encontravam apenas álcool.

A região mais afetada em Antonina pela chuva foi a do bairro Laranjeiras. O que se pôde observar logo na chegada ao município é de que há muitas casas soterradas. As ruas próximas à rodoviária estão cheias de barro, porém, os veículos ainda conseguiam passar com dificuldades.

A Defesa Civil havia liberado a entrada dos moradores da região do Mirante das Pedras, no Centro, em suas casas, para que tentassem salvar alguns pertences. A autorização foi suspensa porque havia risco de deslizamentos de terra e de pedras do morro.

Em casos emergenciais, a orientação é para que a população de Antonina procure a Polícia Rodoviária Estadual, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Esses órgãos estão auxiliando a população a sair de Antonina em situações de urgência.

Na cidade, 7.550 pessoas foram afetadas pelas chuvas, sendo que 6 mil estão desalojadas e 1.160 desabrigadas. Foram danificadas 300 residências e 71 foram destruídas.

Sobrevoo

A Mineropar realiza sobrevoos diários em Antonina para verificar os deslizamentos e os problemas causados por eles. Até a manhã desta quarta-feira (16), já foram relacionados 50 pontos de deslizamentos. As áreas somam 130 casas e mil pessoas em situação de risco nos bairros Caixa D'Água, Laranjeiras, Graciosa de Cima, Batel, Portinho, Bico da Viúva e Tucunduva.

Um outro levantamento vai verificar quais residências não poderão ser mais habitadas. Com este laudo, a Prefeitura de Antonina providenciará dois tipos de abrigo: um de curta duração, para pessoas que poderão voltar às suas casas, e outro de longa duração, para pessoas cujas casas não apresentarem condições de moradia.

A Mineropar também fará o mapa de risco de Antonina a médio e longo prazos.

Situação em Paranaguá

Para restabelecer o abastecimento de água em Paranaguá, agentes do Corpo de Bombeiros de Curitiba foram prestar auxílio. Eles trabalham na região do manancial Miranda com motosserras e equipamentos de mergulho para trabalharem na limpeza do local onde será feita a captação de água. A Marinha do Brasil também está prestando apoio no transporte de uma balsa de três toneladas para a represa do Rio Miranda, de onde vai ocorrer o bombeamento de parte da água que abastece o município. Para esta missão, dez militares vão usar o helicóptero Super Puma (UH-14). A distribuição está sendo feita por meio de caminhões-pipa, que distribuem água gratuitamente.

As aulas da rede municipal, estadual e particular foram suspensas na segunda-feira (14) em Paranaguá em razão da falta de água tratada. O abastecimento continuava interrompido, pois a chuva levou lama e detritos para os mananciais, onde é feita a captação da água, segundo o diretor da empresa CAB Água de Paranaguá, Mário Miller.

?Nossa estação não consegue tratar a água pois analises apontaram 100 vezes mais barros e detritos na água do que antes da chuva?, disse.

A falta d?água afetou também o atendimento no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá. As cirurgias eletivas foram suspensas e o hospital atende apenas os casos emergenciais. Caminhões-pipa estão levando água para o hospital a cada três ou quatro horas.

Appa informou na tarde de segunda-feira (14) que disponibilizou todo seu estoque de água para doar à população de Paranaguá. Cerca de um milhão de metros cúbicos foram colocados à disposição da Defesa Civil na cidade para ajudar a população que sofre com a falta de água.

Desde sábado, a Appa interrompeu o abastecimento de água nos navios para poder destinar seu estoque à população da cidade.

Fornecimento de luz e água

A estação de captação de água de Antonina voltou a operar na madrugada desta quarta-feira (16), mas o bombeamento voltou a ser interrompido no início da tarde. Os funcionários do Serviço Autônomo Municipal da Água e Esgoto para reparar todos os danos provocados pela chuva nas redes de distribuição. "A parte central da cidade chegou a receber água, mas o volume ainda não foi suficente para chegar aos bairros mais afastados", disse o diretor da empresa Paulo Brosca.

Em Paranaguá, cerca de 30% do fornecimento de água deve ser restabelecido até o fim de semana. A informação foi repassada pelo diretor da empresa CAB Águas de Paranaguá, Mário Muller ao prefeito da cidade, José Baka Filho.

Das quatro captações de água, duas foram totalmente destruídas. A terceira, localizada na Serra do Mar, precisa ser desassoreada. Uma draga será levada por um helicóptero da Marinha. A quarta captação já entrou em operação, mas o alto nível de turbidez da água impede o tratamento.

Até esta quarta-feira (16), 545 residências permaneciam sem luz no Litoral. Só em Paranaguá são 171 unidades afetadas nas regiões de Floresta e do Morro Inglês. Desde que a chuva forte começou a atingir o litoral, na semana passada, 22.800 casas ficaram sem energia elétrica em algum determinado momento.

Litoral - Depoimento moradora

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(Colaboraram com a matéria: Vanessa Preteano, Fabiane Ziolla Menezes, Isadora Rupp, Breno Baldrati, Fernanda Leitóles, Vitor Geron, Gladson Angeli, Fernanda Trisotto, Eloá Cruz e André Golçalves, correspondente em Brasília)

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