O delegado Marcelo Mendes Arygoni, de Santa Maria (RS), postou no Facebook, na madrugada desta quinta-feira (31), uma foto em que aparecem labaredas em uma festa na boate Kiss, onde 235 pessoas morreram em decorrência de um incêndio na madrugada de domingo (27). "Recebi pelo msn do face. Tirem suas próprias conclusões!", escreveu Arygoni ao lado da foto.

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Na foto, três labaredas estão perto do teto. Ao fundo, aparece a logomarca da Kiss.

Boate Kiss distribuiu 830 convites; capacidade era de 691

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O advogado de defesa de Elissandro Spohr um dos donos da boate Kiss afirmou que 830 convites da festa Agromerados foram distribuídos para estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) venderem uma semana antes do evento que terminou com 235 mortos. Jader Marques disse que mais de 200 convites foram devolvidos pelos universitários, mas admitiu que outras pessoas podiam pagar na porta e outras festas de aniversário ocorriam na casa, que suporta no máximo 691 pessoas, segundo o Corpo de Bombeiros.

"A casa tinha um fluxo dinâmico. Quando dava a lotação de 700 pessoas ninguém mais entrava. O dia mesmo da festa não estava aquela maravilha que o Kiko esperava. A casa estava meio vazia até", argumenta o advogado. A Polícia Civil ouviu uma funcionária da casa, porém, que diz ter separado mil comandas para serem vendidas na noite do dia 26.

"As pessoas que ouvimos até agora relatam que a casa estava lotada", afirma o delegado regional responsável pelo caso, Marcelo Arigony. "Já os funcionários dizem que a boate estava apenas cheia." Marques disse que a boate "tinha plenas condições de funcionamento e que o dono não sabia da apresentação com sinalizadores da banda. "Aquilo foi uma surpresa, para causar frisson", afirmou o advogado.

Fogos que causaram incêndio em boate eram irregulares

Um funcionário de uma loja de fogos de artifício de Santa Maria, ouvido pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, afirmou nesta quarta-feira (30) que os fogos utilizados pela banda Gurizada Fandangueira não eram adequados para ambientes fechados. Segundo ele, o produtor que comprou os artefatos foi alertado sobre o perigo.

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"Várias vezes a gente dizia para ele: bah, tu estás usando na parte interna. Mas ele dizia: 'Mas eu sei como eu estou usando. Estou usando com segurança. Eu tenho curso'. Disso de ele ter curso ainda é pior. Se ele tem o curso, sabia que não podia usar".

O vendedor ainda ofereceu um tipo de fogos mais seguro, que poderia ser usado em locais fechados. O produtor, no entanto, não quis pagar, segundo o comerciante. Ainda foi dada a possibilidade de um desconto: "Este custa R$ 75 (indoor, para ambientes internos). Oferecemos um preço de R$ 50. Mais barato. Ele não quis, porque era 'muito caro'", disse o vendedor.

Os fogos de artifício usados são feitos de pólvora. Já o outro usa produtos químicos que produzem faíscas chamadas de fogo frio. A loja é regularizada, e os produtos podem ser comercializados livremente para adultos.

O vendedor confirmou que estava na loja no dia da compra, 25 de janeiro. "Ele levava só sputinik. Nesse dia, ele levou chuva de prata só para testar", afirmou.

Em Santa Maria, a Ordem dos Advogados do Brasil decidiu acompanhar as investigações da Polícia Civil sobre a tragédia da boate Kiss. Um perito estrangeiro se apresentou como voluntário para ajudar no acompanhamento.

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Crea-RS faz vistoria na boate Kiss

Uma comissão do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul faz nesta quinta-feira uma vistoria na boate Kiss, em Santa Maria (RS), onde 235 jovens morreram em decorrência de um incêndio.

A Comissão de Especialistas em Segurança contra Incêndio vai elaborar um parecer técnico sobre a edificação que possa apontar as causas do incêndio. O resultado do trabalho será divulgado na segunda-feira.