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Operação ilusão de ótica

Ex-deputado se entrega e será interrogado por precatória

O ex-deputado federal mineiro Francisco Sales Dias Horta se apresentou, na quinta-feira (8), à Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, de Belo Horizonte, Minas Gerais. A prisão foi divulgada nesta sexta-feira (9), pela Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (Dedc), de Curitiba, responsável pela Operação Ilusão de Ótica. A ação descobriu um esquema de contrabando e falsificação de óculos trazidos da China e vendidos ilegalmente no Brasil.

Horta estava foragido desde o dia 18 de março, quando a operação foi deflagrada. Havia suspeitas de que o ex-deputado estivesse na China e a Dedc chegou a acionar a Interpol para prendê-lo. Segundo o delegado Cassiano Aufiero, Horta se apresentou acompanhado de seu advogado e alegou que não havia se entregado antes por motivos de saúde.

O ex-deputado será interrogado por carta precatória. A Dedc já encaminhou à Polícia Civil de Minas Gerais uma relação de 103 questões para serem feitas a Horta. "Com essas perguntas, esperamos apurar a real participação do acusado no esquema, já que as investigações revelaram que ele era uma espécie de chefe da quadrilha. Queremos também levantar mais detalhes sobre os crimes, para fundamentar o inquérito", explicou Aufiero.

Segundo o delegado, Horta está preso temporariamente por até cinco dias. "Se ele colaborar com as investigações, pode ser posto em liberdade antes deste período", disse. As filhas dele, Juliana Abreu Horta Purri e Isabela de Abreu Dias Horta, que foram presas no dia 29 de março já saíram da cadeia. Outras seis pessoas detidas em Curitiba na operação também estão em liberdade.

O esquema

Em cinco meses de investigações, a polícia levantou evidências de que as redes Visomax e Grupo Vega, além de um grupo de Belo Horizonte, integravam o esquema. Segundo a polícia, a quadrilha comprava óculos de origem chinesa por R$ 0,41 e chegava a revender os produtos nas óticas por até R$ 500. Só em sonegação fiscal, o grupo causou prejuízo mais de R$ 50 milhões, de acordo com a Dedc.

O relatório aponta que Horta foi o mentor das irregularidades e usava familiares e funcionários como "laranjas" para a criação de empresas de fachada. Já foram cumpridos 90 mandados de busca e apreensão e mais de cem mil peças de óculos de origem chinesa foram recolhidas pela polícia. Dentre a documentação encontrada, estão comprovantes de remessa de dinheiro para o exterior, sobretudo para a Suíça e Alemanha. A Dedc apreendeu ainda apostilas que versam sobre lavagem de dinheiro.

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