- 359 toneladas de donativos já foram enviadas para o litoral do Paraná
- Litoral: transporte de passageiros por trem fica suspenso até dia 25
- Governo libera R$ 5 milhões em crédito para recuperar economia do litoral
- Ajuda só cobre 4% do prejuízo
- Madeira de árvores tombadas será doada
- Sem crédito para prevenção
O fornecimento de água em Antonina foi retomado na madrugada desta quarta-feira (23), por volta das 4 horas. O abastecimento na cidade estava totalmente restabelecido por volta das 18h15, de acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae). Pela manhã, cerca de 20% dos moradores ainda estavam sem água. A falta d'água atingia principalmente os bairros Tucunduva, Quilômetro 4, Quilômetro 5, Itapetininga e Barigui nesta manhã.
Segundo o diretor do (Samae), Paulo Brosca, a companhia trabalhava na resolução de um problema pontual que afetava cerca de 15 residências no bairro Quilômetro 4, onde uma tubulação estava danificada. O problema seria resolvido ainda na noite desta quarta.
Brosca afirmou que medidas emergenciais foram tomadas para evitar que os deslizamentos de terra voltem a atingir o sistema de distribuição de água na PR-340 (ligação entre Antonina e Guaraqueçaba). O talude foi afastado em cerca de 3 metros, mesmo assim - em caso de chuva forte - novos problemas podem ocorrer. "O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) deve iniciar obras no trecho ainda nesta semana e vai retirar o restante de terra que desceu do morro e isso irá dificultar que o fornecimento seja interrompido", explicou o diretor do Samae. Não havia previsão para o término das obras do DER.
O fornecimento de água havia sido retomado na manhã de segunda-feira (21) e foi suspenso à tarde por causa de novo deslizamento de terra. O sistema também apresentou problemas no sábado (19) e no domingo (20).
Paranaguá
A distribuição de água em Paranaguá estava em 60% da capacidade nesta quarta-feira (23). A previsão da CAB Águas de Paranaguá é de que em 15 dias o índice aumentará para 85%. O fornecimento ocorre em forma de rodízio e nenhuma localidade deixa de receber água em um período do dia.
A captação de água está sendo feita nos mananciais do Ribeirão e Rio Miranda. A expectativa é de que o manancial Santa Cruz volte a operar nos primeiros dias do mês de abril, segundo o diretor-geral da CAB Águas do Paranaguá, Mário Alfredo Muller.
Muller informou que obras emergenciais estão sendo feitas para retomar o abastecimento. A normalização deve ocorrer em seis meses, pois serão necessárias obras de maior complexidade.
A distribuição de água potável por caminhões-pipa continua enquanto o serviço não estiver completamente regularizado. E o pedido é para que a população esteja atenta para o uso consciente da água.
O abastecimento de água de Paranaguá e Antonina foi afetado pela chuva forte que caiu no litoral entre 11 e 13 de março. O fornecimento chegou a ser interrompido na semana passada e os sistemas de Antonina e Paranaguá ainda passavam por manutenções.
Morretes
Por causa dos estragos causados pela chuva, que implicaram na falta de água em algumas localidades e no uso em maior quantidade para fazer a limpeza de casas, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) anunciou que a conta do mês de abril para os moradores de Morretes será cobrada com o valor do menor consumo dos últimos 12 meses. A medida foi determinada pelo governador Beto Richa (PSDB). Com a ação, serão beneficiados 3.672 imóveis residenciais, comerciais, escolas e hospitais.
Estradas
A concessionária Autopista Litoral Sul informou que o trânsito estava lento na BR-376, por volta das 11 horas, no sentido Paraná-Santa Catarina. A lentidão era registrada entre os quilômetros 647 e 663, entre Tijucas do Sul e Guaratuba. A rodovia segue no sistema de "pare e siga" entre os quilômetros 663,5 e 672. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta das 16 horas, a rodovia registrava 30 quilômetros de fila na pista Sentido Sul. Segundo a PRF, a viagem para Santa Catarina demora em média de 5 a 6 horas para quem usa a rodovia.
Com relação à Colônia Castelhanos, localizada a aproximadamente 70 quilômetros do Centro de São José dos Pinhais, a prefeitura trabalhava na recuperação de uma estrada secundária de 44 quilômetros que leva ao local. O acesso à colônia é feito pela estrada principal, com cerca de 17 quilômetros de extensão. Com a chuva ocorrida há 10 dias, cerca de 30 barreiras caíram na estrada que dá acesso à comunidade, onde vivem aproximadamente 400 pessoas.
Confira outras opções para seguir para Santa Catarina ou retornar para o Paraná.
A BR-277 seguia sem pontos de retenção de fluxo nesta quarta-feira. No trecho entre o quilômetro 12 e 29 a pista segue em mão dupla. De acordo com a concessionária Ecovia, o motorista deve diminuir a velocidade e redobrar a atenção neste trecho, principalmente no quilômetro 26.
Mais um trecho teve o tráfego liberado na tarde desta quarta-feira (23). O motorista já pode transitar normalmente entre os quilômetros 14 e 18, entre Morretes e Paranaguá. O trecho funcionou em mão dupla desde o dia 11 de março. O usuário ainda encontra tráfego em mão dupla entre o km 29 e o km 17.
Fornecimento de energia elétrica
O fornecimento de energia elétrica para as localidades atingidas pelas chuvas no Litoral do Paraná está praticamente normalizado, de acordo com Companhia Paranaense de Energia (Copel). de acordo com a estatal, nesta quarta-feira (23), ainda havia 11 unidades consumidoras que estavam desligadas. Dessas, cinco estão localizadas no Morro Inglês, em Paranaguá, onde as moradias estão sem acesso e vazias. Outras cinco unidades em Pitinga e uma unidade em Fartura, ambas localidades de Morretes, também permanecem desligadas. A Copel não tem informação se há pessoas morando nesses locais.
A estatal ainda informou que em Floresta, em Morretes, havia 83 domicílios que não foram religados porque não existiam condições de moradia no local. Em Antonina, outras 34 unidades consumidoras, localizadas atrás da agência local da Copel, não foram religadas porque o terreno foi interditado para análise pela Defesa Civil.
Por causa das chuvas no Litoral, a Copel atendeu a 580 ocorrências na região, reparando e reconstruindo mais de 300 quilômetros de redes de distribuição de energia. A companhia registrou que 22,8 mil unidades consumidoras chegaram a ter desligamentos, mesmo que de curta duração. Mais de cem profissionais foram mobilizados para os trabalhos.
Doações
Seis mil litros de leite foram entregues a prefeitura de Morretes na terça-feira (22) para garantir a continuidade do programa Leite das Crianças do governo estadual. Com as chuvas no Litoral, a câmara fria da Cooperativa Mata Atlântica, responsável pelo fornecimento de leite na região, foi danificada.
A cooperativa informou que a situação deve ser normalizada dentro de três semanas. A secretária estadual da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, informou que as crianças de 6 a 36 meses cadastradas no programa não ficarão sem leite mesmo com o programa estagnado pelas chuvas.
As famílias da localidade Seis Marias, em Morretes, receberam 100 cestas básicas, 100 garrafões de água mineral e 200 litros de água sanitária do governo do estado nesta terça-feira. O secretário especial de Relações com a Comunidade, Wilson Quinteiro, informou que vai promover um Mutirão da Cidadania nos próximos dias para que os moradores que perderam os documentos na enchente possam retirar a segunda via.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil no Paraná (CNBB) anunciou apoio à campanha de ajuda ao Litoral do estado nesta terça-feira. O secretário-executivo da CNBB, padre Carlos Alberto Chiquim, informou que a Caritas de São Paulo está enviando à região uma carreta com roupas. Ele revelou que todas as 18 dioceses do estado começaram a arrecadar alimentos, colchões, água mineral e leite para as vítimas da chuva em Antonina, Morretes e Paranaguá.
A CNBB abriu uma conta bancária para receber doações em dinheiro. Para quem tiver interesse, a conta é 1723-x, agência 3511-4, do Banco do Brasil. O Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar) informou que já foram enviadas 359 toneladas de donativos para os habitantes afetados pelas chuvas no litoral do Paraná. Mesmo com o grande volume de doações, a diretora de ação social do Provopar, Carlise Kwiatkowski, disse que a população do litoral ainda precisa de itens como colchões, botas e luvas de borracha, alimentos, fraldas geriátricas, leite especial, cobertores e água sanitária.
Confira os números atualizados do relatório da Defesa Civil (boletim desta quarta-feira) PARANÁ:(Inclui os municípios de Honório Serpa, São José dos Pinhais, Mangueirinha e Rio Azul)
- Residências danificadas: 3.906 - Residências destruídas: 211 - Desalojados: 10.652 - Desabrigados: 2.499 - Pessoas que ainda estão em abrigos: 423 - Pessoas levemente feridas: 221 - Pessoas afetadas: 32.691 - Mortes: 4
ANTONINA:(Decretado estado de calamidade pública) - Residências danificadas: 1.200- Residências destruídas: 71 - Desalojados: 2.289 - Desabrigadas: 1.160 - Pessoas que ainda estão em abrigos: 333- Pessoas afetadas: 7.550 - Pessoas feridas: 200 - Mortes: 02
MORRETES:(Decretado estado de calamidade pública)
- Residências danificadas: 2.450 - Residências destruídas: 85 - Desalojados: 8.000 - Desabrigados: 1.180 - Pessoas que ainda estão em abrigos: 48 - Pessoas levemente feridas: 21 - Pessoas afetadas: 15.178 - Mortes: 01
GUARATUBA:(Decretado situação de emergência)
- Residências danificadas: 50 - Residências destruídas: 15 - Desalojados: 140 - Pessoas afetadas: 1.590
PARANAGUÁ:(Decretado situação de emergência)
- Residências danificadas: 130- Residências destruídas: 40 - Desalojados: 103 - Desabrigados: 159 - Pessoas que ainda estão em abrigos: 42 - Pessoas afetadas: 1.973
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