Governo indicia 270 militares e neutraliza greve da PM no Rio

Com medo de repetição do caos vivido na Bahia, governador fluminense age rápido para sufocar motim nas forças de segurança

Leia matéria completa

CARREGANDO :)

Grupos de extermínio aproveitam greve da PM no Brasil para atuar

Um agente confirmou que "há evidências" de que os chamados "milicianos" assassinaram 38 dos 157 mortos por homicídio nos 12 dias de paralisação policial na Bahia

Leia matéria completa

Publicidade

Os policiais militares da Bahia encerraram, na noite deste sábado (11), a greve da categoria, que já durava 12 dias. A paralisação desatou uma onda de violência que deixou um saldo de 157 mortos. O fim do movimento grevista foi selado após uma assembleia iniciada pela tarde. No Rio de Janeiro, a Polícia Civil também abandonou a paralisação, enfraquecendo o movimento.

O último foco de resistência foi debelado", disse por telefone à Reuters o secretário de Comunicação Social do governo da Bahia, Robinson Almeida, acrescentando que uma assembleia com cerca de 400 participantes decidira pelo retorno ao trabalho. Para a PM da Bahia, a paralisação já havia terminado na prática na véspera, sendo que no sábado mais de 90% do policiais militares já estavam na ativa. Mais de 3 mil homens das Forças Armadas, da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública foram enviados às ruas da Bahia para manter a ordem durante a greve, que era apoiada por cerca de 20 por cento dos 31 mil policiais militares, segundo estimativas da PM baiana.

No Rio de Janeiro, greve foi reduzida

A Polícia Civil do Rio de Janeiro suspendeu, na noite deste sábado, sua participação no movimento grevista dos profissionais de segurança pública, anunciado na última quinta-feira (9). O comunicado foi feito pelo diretor jurídico do Sindicato da Polícia Civil do estado, Francisco Chao. "Não estamos cancelando a greve, mas suspendendo para, na próxima quarta-feira (15), avaliar os fatos que ocorreram até agora e deliberar sobre as próximas ações", explicou.

De acordo com o sindicalista, a decisão foi baseada em dois motivos. Um deles seria o temor de que pudesse haver ações de bandidos, por conta da paralisação. A outra razão, segundo o diretor, seria a baixa adesão ao movimento. "As ruas estão cheias de viaturas da PM [Polícia Militar] e é difícil acreditar em movimento reivindicatório sem adesão".

Publicidade

As autoridades agiram rapidamente para sufocar o movimento grevista e em poucas horas prenderam 17 policiais, entre os quais estão dez dos 11 líderes da greve, todos com mandados de prisão decretados. O governador Sérgio Cabral assinou um decreto para acelerar os processos diciplinares e sancionar mais rápido os oficiais que aderiram à greve: 129 policiais e 123 bombeiros serão submetidos a processos administrativos por faltar ao trabalho.

As paralisações do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar (PM) no Rio de Janeiro, no entanto, estão mantidas. Segundo a mulher de um dos líderes do movimento (e que está preso deste quarta-feira) Cristiane Daciolo, no domingo (12), haverá um ato de repúdio às prisões, seguido de uma assembleia que definirá os rumos da greve. Além do marido dela, o cabo Benevenuto Daciolo, outros 15 bombeiros foram detidos.