Guardas continuarão com a greve na sexta-feira (26)| Foto: Marcelo Elias/ Agência de Notícias Gazeta do Povo

Os guardas municipais rejeitaram, no início da noite desta terça-feira (23) uma nova proposta apresentada pela Prefeitura de Curitiba e decidiram que a greve será mantida por tempo indeterminado. Em reunião realizada na Prefeitura e que durou mais de duas horas, o prefeito Beto Richa ofereceu reajuste salarial de 8%, que elevaria os salários da categoria de R$ 710 para cerca de R$ 767. Entretanto, em assembleia, a categoria deliberou por unanimidade manter a paralisação.

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"Avaliamos que a proposta oferecida é ruim. Estamos abertos ao diálogo, mas nessas condições não é possível fechar acordo. A do fim da greve está nas mãos da Prefeitura", disse a secretária de assuntos jurídicos do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), Irene Rodrigues.

A Prefeitura argumenta que a proposta oferecida, somada à gratificação por risco que a categoria recebe, chegaria aos R$ 1,3 mil reivindicados pelos guardas municipais. O sindicato, no entanto, aponta que os trabalhadores querem piso-salarial de R$ 1,3 mil, mais a gratificação. "Já perdemos quatro companheiros no exercício da profissão. Entendemos que computar a gratificação nesta conta é injusto. Lutamos pelo reajuste do piso, além da gratificação, que é direito da categoria", defendeu Irene.

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A proposta anterior era de reajuste de 6%, além de benefícios no plano de carreira dos guardas municipais. A Prefeitura já considerava a oferta como uma "boa proposta" e adequada às possibilidades orçamentárias do município.

Manifestações

O Sismuc informou que os guardas municipais vão manter as manifestações, na quarta-feira (24). A partir das 8 horas, os grevistas devem promover um apitaço na Praça Tiradentes, partindo para outras ruas do Centro. O objetivo, segundo o sindicato, é denunciar à população o fracasso das negociações com a prefeitura e a continuidade da greve.

Nesta terça, os guardas fizeram uma passeada, com faixas, cartazes e carro de som. De acordo com o sindicato, 900 guardas municipais participaram da manifestação e a adesão chega a 70% da categoria, mantendo o efetivo de 30% nos trabalhos, de acordo com o que determina a lei. A Prefeitura, no entanto, aponta que 80% dos guardas não se apresentaram em seus postos de trabalho. Com isso, foram registrados problemas em razão bairros Bairro Novo, Pinheirinho e Santa Felicidade.

De acordo com a Prefeitura, sem a segurança dos guardas, 16 Armazéns da Família não abriram suas portas nesta terça. Escolas municipais e unidades de saúde também ficaram sem vigilância.

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Na Justiça

Na sexta-feira (19), o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, Roger Vinícius Pires de Camargo Oliveira, havia proibido a greve dos guardas municipais, sob pena de multa diária de R$ 10 mil ao sindicato. O Sismuc recorreu da decisão, mas ainda não houve resposta quando ao recurso.