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tragédia em minas gerais

Investigação em Mariana ainda não inclui visita ao local de desmoronamento

 | Ricardo Moraes/REUTERS
(Foto: Ricardo Moraes/REUTERS)

O trabalho de perícia da polícia para ajudar na apuração das responsabilidades sobre o desmoronamento das barragens da empresa Samarco em Mariana (MG) ainda não incluiu vistoria nos pontos do rompimento. Segundo a Polícia Civil, técnicos sobrevoaram o ponto das rupturas, mas a falta de segurança impede o acesso ao local.

“Os peritos visitaram os locais dos desabamentos e eu solicitei, informalmente, as plantas das barragens à Samarco”, disse o delegado Rodrigo Bustamante, da Delegacia Regional de Ouro Preto, responsável por Mariana.

Paralelamente ao trabalho de perícia, a polícia também trabalha na identificação dos dois corpos retirados pelos bombeiros na cidade de Rio Doce, a 100 km de Mariana. O material genético deles será comparado, ainda sem data definida, com o dos familiares dos 28 desaparecidos confirmados pela Defesa Civil de Mariana, o que, segundo a polícia, não descarta que eles sejam também vítimas da tragédia, mas moradores de outros locais.

Como parte das investigações, Bustamante pretende começar nesta segunda-feira a fazer os boletins de ocorrência do caso. Ele pretende ouvir as cerca de 200 famílias que estão desabrigadas e também fazer registro de todos os bens e documentos perdidos pelos moradores.

O mutirão também deve incluir a confecção de novos documentos. A regional de Ouro Preto deve enviar dez agentes encarregados da função para Mariana ainda nesta segunda.

“A confecção dos novos documentos é vital para que as vítimas tenham acesso aos benefícios que estão sendo colocados à disposição para eles, como direito ao saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e bolsa família”, disse o delegado.

“Além disso, as informações que vamos registrar nos boletins de ocorrência vão servir para munir de informações as duas ações, uma civil e outra criminal, que o Ministério Público Estadual deve propor para apurar as responsabilidades criminais e as indenizações, tanto aos moradores quando ao meio ambiente, por causa da tragédia”, concluiu o delegado.

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