Juiz tem pelo menos um mês para decidir se Cadu responde a processo ou se é inimputável

O juiz Mateus de Freitas Cavalcanti Costa, da 3.ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, tem pelo menos um mês para decidir se Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, acusado de assassinar o cartunista Glauco Villas Boas e seu filho Raoni em março ano passado, será julgado por júri popular ou considerado inimputável. Em audiência realizada nesta segunda-feira (28), em Foz do Iguaçu, no Oeste, dez testemunhas, entre defesa e acusação, foram ouvidas em cerca de cinco horas e meia. O juiz vai receber a degravação da audiência juntamente com o depoimento de outras 13 testemunhas, ouvidas por carta precatória, para então decidir o destino de Cadu.

Entre as testemunhas ouvidas nesta segunda estavam agentes de vigilância, policiais federais e policiais rodoviários federais que participaram na prisão de Cadu na Ponte da Amizade, quando ele tentava fugir para o Paraguai. Além deles, o pai, o irmão, o próprio Cadu e um psiquiatra, que esteve com ele em Foz, foram ouvidos. O réu prestou o depoimento mais longo: ele falou por cerca de uma hora e assumiu a autoria dos crimes.

A justiça de Foz do Iguaçu vai analisar todos os crimes cometidos pelo rapaz. Se o juiz o considerar capaz, o processo será julgado por um júri popular. Caso contrário, o juiz deve determinar uma medida de segurança para ser cumprida em uma unidade prisional adequada, como a que ele está detido em Pinhais. Desde dezembro de 2010, Cadu ele definiu foi transferido para o Hospital Psiquiátrico Complexo Médico-Penal do Paraná, em Pinhais. Um laudo de um psiquiatra aponta que ele sofre de esquizofrenia.

Crimes

Cadu é acusado de ter cometido duplo homicídio. Glauco e seu filho Raoni Villas Boas foram mortos no dia 12 de março de 2010, em Osasco (SP). Depois de ficar três dias foragido, ele foi preso em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Ele confessou o crime, mas a defesa alegou que o rapaz sofria de esquizofrenia . Em dezembro, ele foi transferido de Foz do Iguaçu no Hospital Psiquiátrico Complexo Médico-Penal do Paraná, em Pinhais. Cadu também responde pelas acusações de tentativa de homicídio (contra três policiais), porte de arma, tortura, roubo e violação de domicílios.