O goleiro Bruno, acusado do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, apresentou novos advogados de defesa e pediu o desmembramento de seu julgamento no início do terceiro dia de audiência, no fórum de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. A juíza Marixa Rodigues aceitou o pedido e marcou para 21 de janeiro o novo julgamento.
O goleiro pediu a palavra logo no início da sessão e apresentou o advogado Lucio Adolfo da Silva e outros quatros defensores. Feito as apresentações, o goleiro pediu o desmembramento do julgamento para que Silva fique a par do caso.
A juíza deve decidir ainda hoje se aceita ou não o pedido de impugnação de cinco a seis testemunhas das defesas por quebra de incomunicabilidade.
Segundo o promotor Henry Wagner Castro, as testemunhas se comunicavam no hotel por telefones celulares. Ontem foi feito um boletim de ocorrência que será apresentado à juíza. Os nomes das testemunhas ainda não foram divulgados.
Após a decisão, os jurados deverão ouvir os depoimentos das primeiras testemunhas de defesa.
Dos cincos acusados, apenas três estarão no banco dos réus hoje -Bruno, Luiz Henrique Romão (o Macarrão) e Fernanda Castro (ex-namorada do goleiro).
Julgamento
O julgamento começou anteontem com cinco réus -o goleiro Bruno, seu ex-secretário Luiz Henrique Romão, o Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, e a ex-namorada Fernanda Castro- mas foi reduzido para três.
Bola foi excluído do júri logo no primeiro dia para apresentar novos advogados após a desistência de seus dois defensores, Ércio Quaresma e Zanone Oliveira. O ex-policial recusou a indicação de um defensor público.No segundo dia de julgamento, Bruno dispensou o advogado, Rui Pimenta, de sua defesa.
A tentativa do goleiro de destituir também seu advogado, Francisco Samim, culminou no desmembramento do julgamento da ex-mulher de Bruno, Dayanne, que deverá ir à júri junto com Bola em data ainda não marcada.Até a tarde de ontem, foram ouvidas quatro testemunhas da acusação. O ex-motorista de Bruno, Cleiton da Silva Gonçalves, confirmou em depoimento ter ouvido Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro, dizer que Eliza "já era" e que seu corpo havia sido jogado para cães.
A delegada Ana Maria Santos, que trabalhou na investigação do caso foi ouvida ontem. Ela revelou detalhes depoimento do primo Bruno, Jorge Luiz Rosa, dado à polícia em 2010. Segundo Rosa, Eliza foi amarrada e chutada antes de ser morta.
À tarde foi a vez do depoimento do preso Jaílson Alves de Oliveira, que confirmou ter ouvido Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, confessar que teria matado Eliza.Ele também afirmou que foi ameaçado pelo goleiro Bruno no último dia 13 de novembro dentro do presídio Nelson Hungria, em Contagem, onde os dois estão presos. Diante da juíza, ele disse que poderia falar isso "na cara dele".
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