Veterinário acredita que macacos podem ter contraído arenavírus
Dirceu Vedovello, veterinário e chefe da seção de vigilância em saúde da 15.ª Regional de Maringá acredita que os animais podem ter contraído o arenavírus (coreomeningite) A deonça está presente em secreções e feridas de roedores. Os animais apresentam febre, anorexia, depressão e hepatite. "Os saguis são mais sensíveis", disse. Essas características foram identificadas nos animais mortos no parque.
O veterinário afirma que não há risco eminente de contaminação por seres humanos já que o contágio da coreomeningite se dá por meio do contato humano com secreções e feridas de roedores e não dos macacos. "O humano pode ser contrair numa forma leve, mas pode ser perigoso para mulheres grávidas", disse o veterinário.
- Mais dois saguis morrem no Parque do Ingá; causa da morte ainda é desconhecida
- Secretaria de Saúde recebe laudos sobre morte de macacos
- Parque do Ingá permanece fechado até a identificação de doença
- Exames laboratoriais descartam febre amarela em macacos do Parque do Ingá
- Morre 12º macaco no Parque do Ingá
- Procura por vacina contra febre amarela continua alta
O Parque do Ingá, um dos principais pontos turísticos de Maringá continua com as portas fechadas ao público. A proibição do acesso ocorreu dia 16 de abril depois que alguns macacos começaram a aparecer mortos dentro da área verde. Praticamente um mês depois, a doença que matou os primatas ainda não foi diagnosticada e os visitantes estão impedidos de entrar no parque.
A atitude foi determinada pelas secretarias de Saúde estadual e municipal depois que nove saguis morreram com suspeita de terem contraído febre amarela. A hipótese da doença provocou uma correria da população aos postos de saúde para se vacinar contra a febre amarela.A suspeita foi descartada pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, no início de maio. De lá para cá, a doença desconhecida já matou 16 primatas.
No mês em que o parque ficou fechado, o local deixou de receber aproximadamente 10 mil visitantes. A decepção de quem procura o parque se junta à lamentação dos ambulantes. "Os vendedores de doces, pipoca, água de coco e caldo de cana sumiram do local. Eles não têm mais para quem vender. O comércio em volta do parque ficou prejudicado", afirmou o diretor do parque Mauro Nani. "Estou sentindo falta dos visitantes circulando por aqui."
Quem costuma caminhar ao redor do lugar também está assustado. O diagramador Roberto Parra percebeu que o número de pessoas que costumavam correr em volta do parque diminuiu. "As pessoas não sabem o que está matando os macacos e muitos têm deixado de correr por lá com medo de contrair alguma doença. Acho que pelo menos 50% dos frequentadores pararam de caminhar ou correr por lá", disse. Um laboratório de Curitiba investiga a possibilidade de outras patologias terem afetado os macacos, como hepatite, varicela, arenavírus e raiva. O secretário de Saúde de Maringá, Antônio Carlos Nardi disse que o parque só volta a abrir se ficar constatado que a doença não afeta humanos.
"Não houve mais mortes dos primatas depois do último final de semana. O ciclo de um possível vírus pode ter sido interrompido", disse Nardi. A assessoria da Secretaria Estadual de Saúde informou que iria soltar uma nota sobre o caso nesta quinta-feira (14), mas nada foi divulgado.
A área de mata nativa do Parque do Ingá corresponde a 48 hectares. Estima-se que a população de primatas do parque esteja entre 150 primatas. Com a morte de 15 saguis e um macaco prego o número reduziu em 10%.
Considerado o pulmão verde da cidade, o local conta com espécies de repteis, aves e felinos, além da estrutura do Jardim Japonês e a composição da Maria Fumaça.
Febre amarela no Norte Pioneiro
Exames feitos em uma das 11 carcaças de macacos encontradas durante o mês de abril em matas próximas à Represa de Xavantes, em Ribeirão Claro, no Norte Pioneiro, mostram que a morte foi causada por febre amarela. A informação é da Secretaria Municipal da Saúde. A Secretaria de Estado da Saúde ainda não quis confirmar os resultados. Amostras das outras carcaças, que também foram analisadas, acabaram sendo descartadas por conta do estado dos animais.
De acordo com os técnicos da 19.ª Regional de Saúde, com sede em Jacarezinho, ainda não é possível determinar a origem da doença, uma vez que ainda faltam os resultados dos exames feitos nos insetos capturados na região onde os macacos bugios foram encontrados. Esses exames podem determinar se os animais mortos adquiriram a doença na mata onde foram encontrados ou se foram contaminados em outras regiões e migraram até as matas de Ribeirão Claro.
A febre amarela é uma doença que afeta macacos e homens. Nos macacos, o vírus é transmitido por dois mosquitos, o Haemagogos e o Sabetis. "Quando pessoas entram nos campos, elas podem ser picadas também por esses mosquitos contaminados, que contaminaram os macacos, levando depois a doença para as cidades", afirma a secretária de Saúde de Ribeirão Claro, Ana Maria Baggio. Ou seja, a ocorrência de casos entre macacos indica que há mosquitos portadores vírus que podem contaminar humanos.
Em regiões onde há o Aedes aegypti, no entanto, há o risco de se instalar uma epidemia urbana. "Isso porque o transmissor da dengue também é vetor do vírus da febre amarela", completa Ana Maria.
No Norte Pioneiro não há registro da doença há mais de 30 anos, mas o aparecimento de 42 casos da febre amarela e o registro de oito mortes no sudoeste de São Paulo, a cerca de 80 quilômetros da divisa com o Paraná, fez com que as os organismos de saúde ficassem atentos ao aparecimento de animais mortos, indício da presença da doença na região.
Desde o alerta, a 19ª Regional de Saúde adotou medidas preventivas e determinou vacinação em massa na zona rural de oito cidades que estão na divisa com São Paulo. A Secretaria de Estado da Saúde deve se pronunciar nesta sexta-feira (15) sobre o resultado dos exames.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião