Os recém-indicados novos diretores do Hospital Evangélico de Curitiba se apresentaram oficial, na noite desta terça-feira (19), ao secretário Municipal de Saúde, Adriano Massuda. O novo diretor-geral da unidade é o médico Jurandir Marcondes Ribas Filho, cirurgião e professor da Faculdade Evangélica. O hospital tenta superar uma crise institucional aprofundada por investigações sobre a morte de pacientes da sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral.
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria, o objetivo da reunião foi estabelecer um primeiro contato entre os integrantes da pasta e a nova diretoria do hospital. "O Evangélico é um hospital importante para Curitiba e para toda a população atendida pelo Sistema Único de Saúde. Pode ter certeza de que estamos juntos nesse novo desafio", garantiu o secretário.
Ribas Filho assume a direção em lugar do pastor e teólogo Odair Braun. O novo diretor-geral é mestre e doutor em cirurgia e leciona a disciplina "cirurgia do aparelho digestivo". Ele também foi presidente da Associação Médica do Paraná e Associação Médica Brasileira, além de ser membro da Academia Paranaense de Medicina.
O Evangélico também tem um novo diretor-técnico: o médico Maurus Vinícius Stier Serpe, que assume a função que antes era exercida pelo médico Luiz Felipe Natel Kugler Mendes.
Mortes em UTI
Na última semana, a Justiça aceitou denúncia criminal oferecida pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra oito profissionais de saúde que são ou foram ligados ao Evangélico. Eles são acusados cada um, a seu tempo de envolvimento em sete mortes ocorridas na UTI Geral do hospital, entre 2006 e janeiro deste ano.
Dos denunciados, a única que permanece presa é a médica Virgínia Helena Soares de Souza. O advogado dela, Elias Mattar Assad, entrou com um pedido de liberdade e espera que o recurso seja julgado nos próximos dias.
Segundo a denúncia do MP-PR, os profissionais da saúde abreviaram a vida dos pacientes com o objetivo de "girar a UTI", ou seja, de abrir novas vagas no centro médico. Segundo o documento, os acusados agiariam como se tivessem o poder de decretar quais pacientes teriam o direito a permanecer vivos no centro médico.
Além de Virgínia, também foram denunciados por homicídio os médicos Maria Israela Cortez Boccato; Edison Anselmo da Silva Júnior; e Anderson de Freitas; e as enfermeiras Patrícia Cristina de Goveia Ribeiro e Lais da Rosa Groff.
Outras duas pessoas foram denunciadas pelo crime de formação de quadrilha - a fisioterapeuta Carmencita Emília Minozzo e o enfermeiro Claudinei Machado Nunes mas elas não chegaram a ser presas.
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