O número de casos confirmados de recém-nascidos com microcefalia e outras más-formações do sistema nervoso central cresceu cerca de 10% em uma semana e já chega a 508, segundo dados atualizados do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira (17).
São casos em que exames apontam, em geral, uma má-formação no cérebro dos bebês possivelmente associada a uma infecção congênita (transmitida de mãe para filho). Relatório anterior apontava 462 casos.
Distribuição geográfica
Agência O Globo
Os 508 casos confirmados ocorreram em 203 municípios de 13 unidades da federação: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. No entanto, se analisado o total de registros suspeitos, apenas Amapá e Amazonas não constam da lista.
Ao contrário das últimas semanas, o Ministério da Saúde não divulgou nesta quarta-feira o número de bebês que já tiveram resultado positivo para o vírus da zika exames feitos para investigar as possíveis causas da má-formação. Até a última sexta-feira (12), 41 tiveram esse diagnóstico.
Questionada, a pasta informa que a decisão por não divulgar os casos relacionados ao zika ocorre devido a mudanças no protocolo de notificação dos casos, feitas após consultas a especialistas.
O ministério não informou, porém, os motivos da mudança. No boletim divulgado com os números atualizados, a pasta diz apenas que “está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central e a possível relação com o vírus zika e outras infecções congênitas”.
Entre as infecções que entram nesse último grupo estão sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.
O número de casos confirmados para essas outras causas também não foi divulgado. Procurado pela reportagem, o ministério disse considerar que a maioria dos casos já confirmados esteja relacionado ao vírus da zika, identificado no Brasil no início de 2015.
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Além dos casos já confirmados, o Brasil investiga ainda outros 3.935 casos de bebês com suspeita de microcefalia e outras más-formações. O número representa um aumento de 2,15% em relação à última semana, quando havia 3.852 registros em investigação.
Do novo total, 60% são casos notificados em 2015, e 40% neste ano. Os casos de microcefalia em investigação abrangem 24 Estados e o Distrito Federal. Até o momento, apenas Amazonas e Amapá não tiveram registros.
Desde outubro, quando iniciaram as investigações, outros 837 casos suspeitos chegaram a ser notificados pelos Estados ao Ministério da Saúde, mas foram descartados. A classificação ocorre após exames nos bebês apontarem resultados normais ou a ocorrência de microcefalia associada a causas não infecciosas, como fatores genéticos e uso de drogas na gravidez.
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O balanço do Ministério da Saúde também aponta um crescimento no número de mortes em investigação de bebês com suspeita de microcefalia e outras más-formações.
Ao todo, 108 mortes já foram notificadas, um aumento de 18,7% em relação à última semana, quando havia 91 registros em investigação. As mortes ocorreram após o parto ou durante a gestação.
Entre os casos, 27 são de bebês que tiveram a má-formação confirmada após exames. Outros 11 foram descartados e 70 continuam em investigação.
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