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O secretário de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR), Leon Grupenmacher, apresentou nesta quinta-feira (6), ao Ministério da Justiça, os resultados da parte paranaense na Operação Brasil Integrado. A ação é um conjunto de abordagens realizadas em todo o país inspirado no modo de trabalho do Centro de Controle e Comando, que funcionou durante a Copa do Mundo do Brasil. A diferença é que em vez de o foco ser as cidades onde aconteciam jogos, as áreas de fronteira e no Nordeste, em 11 estados, foram o foco da fiscalização, coordenada pelo Governo Federal. As abordagens foram realizadas em datas diferentes, utilizando aparatos tecnológicos, como câmeras e programas de computador, e inteligência policial. No caso do Paraná, a operação ocorreu entre os dias 4 e 5 de novembro.
A apresentação da Sesp-PR aconteceu por meio de uma videoconferência, pela qual Grupenmacher falou diretamente ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que estava em Brasília, interligado aos 11 estados participantes da operação. O secretário informou à Brasília que, nos dois dias da operação no estado, foram feitas 11 mil abordagens a pessoas, com 7 mil veículos vistoriados. No total, 30 pessoas foram presas ou apreendidas (23 em flagrante e sete por mandado de prisão em aberto) e 17 armas e 500 munições apreendidas. Foram flagrados também 73 kg de maconha, 540 caixas de medicamentos ilegais e outros produtos.
Grupenmacher não detalhou as cidades onde ocorreram cada prisão, mas disse que a maioria das ocorrências ficou concentrada na região de Foz do Iguaçu, área que faz fronteira com o Paraguai e com a Argentina. Participaram da ação 2 mil agentes de segurança, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Federal, da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Receita Federal, além de outros órgãos estaduais.
O secretário disse que a operação foi uma espécie de aprendizado, já que o estado investe em um centro de comando integrado estadual e pretende fazer ações focadas em determinados crimes. Essa primeira etapa, segundo ele, não teve um foco específico de fiscalização. "Essa primeira foi geral, até pelo número de pessoas abordadas que vocês viram. Isso agora vai ser discutido e eu acho que precisa ser usado mais racionalmente para trabalhar as informações naquilo que a gente quer ter um resultado melhor", disse. Grupenmacher admitiu que é preciso pensar de modo mais estratégico as operações futuras, mas que o objetivo da primeira ação foi mesmo dar um início a um novo método de trabalho.
Balanço nacional
A Operação Brasil Integrado, com atuação no Nordeste e nas fronteiras do País, prendeu 436 pessoas em 20 Estados em esforço concentrado feito nos dias 4 e 5 de novembro. Na ação, 5 toneladas de drogas foram apreendidas.
A operação envolveu as polícias Militar, Civil, Federal e outros órgãos. O efetivo usado no último fim de semana foi de mais de 20 mil agentes. Nos dois dias, também foram apreendidos 100 armas de fogo, 1,7 mil munições e 427 veículos. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que a operação foi bem-sucedida e disse que as ações vão se intensificar. "Teremos políticas nacionais, integradas, com estradas vigiadas, fazendo-se um cerco às organizações criminosas", disse.
O projeto Brasil Integrado, que segue o modelo implantado durante a Copa do Mundo deste ano, é uma parceria entre o governo federal e os Estados. O Ministério da Justiça promete a expansão do sistema, com a implantação de Centros de Comando e Controle em todas as unidades federativas. Cardozo reforçou que a ampliação já está prevista no orçamento de 2015 e disse que uma ação envolvendo todos os Estados do País é esperada para este ano.
O ministro informou ainda que os Centros Integrados de Comando e Controle serão usados para monitorar o País durante as provas do Exame Nacional do Ensino Médio no próximo fim de semana.
PEC
Em coletiva de imprensa, o ministro voltou a defender a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional que muda o papel da União na segurança pública. Ele informou que o texto do projeto será enviado ao Congresso Nacional até o fim do ano.
"A União não pode invadir competências estaduais e municipais. A partir do momento que a União tiver competência para atuar nessa área, ela pode começar a estabelecer diretrizes. A União não precisará ter nenhum tipo de risco jurídico quando for atuar", afirmou.