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Guaratuba

Policiais e bombeiros fazem manifestação e ameaçam não trabalhar no carnaval

A caminhada realizada por policiais e bombeiros na noite deste sábado contou com o apoio dos veranista | Oswaldo Eustaquio / Gazeta do Povo
A caminhada realizada por policiais e bombeiros na noite deste sábado contou com o apoio dos veranista (Foto: Oswaldo Eustaquio / Gazeta do Povo)

Os policiais e bombeiros que estão trabalhando na Operação Verão, no litoral do Paraná, podem cruzar os braços em pleno carnaval. A informação foi divulgada na noite deste sábado (7) em uma manifestação realizada na praia de Guaratuba que cobrava a falta de pagamento das diárias aos profissionais, que estão atrasadas desde a segunda quinzena de janeiro.

A antecipação obrigatória do mês de fevereiro também não foi paga, mas o governo do Estado prometeu depositar R$ 3,2 milhões para os servidores na quinta-feira (12).

O presidente da União de Praças do Corpo de Bombeiros do Paraná (UPCB), Henri Francis de Oliveira, disse que o governo do estado está desrespeitando direitos básicos dos servidores, que não têm dinheiro nem para comer. "Se as diárias não forem pagas imediatamente, vamos reunir o pessoal e discutir a paralisação dos trabalhos na Operação Verão durante o carnaval. Sabemos da importância do nosso trabalho e queremos fazê-lo com excelência, mas centenas de policiais e bombeiros não podem mais trabalhar com fome nem sair da casa constrangidos pelas cobranças do aluguel atrasado. Quero deixar claro que, se pararmos no carnaval, quem está parando não são os policiais, mas é o governo do estado que está provocando esta situação", disse Henri.

Ainda nesta sexta-feira (6) a Gazeta do Povo mostrou a situação constrangedora vivida por policias e bombeiros no litoral que estão prestes a serem despejados das moradias e, em alguns casos, dividindo em três pessoas uma porção de carne moída, banana e garrafa de água. São aproximadamente 800 servidores que deixaram suas cidades para servir a Operação Verão.

A reportagem da Gazeta do Povo visitou a casa de policiais e bombeiros nas cidades de Matinhos e Guaratuba. Os agentes disseram que já avisaram o comando que terão de voltar para as suas casas porque desde sábado (7) os restaurantes cortaram as refeições devido à inadimplência. Já as dívidas com o aluguel vencem neste domingo, último prazo dado pelos locatários para o pagamento, e policiais poderão ser despejados nesta segunda-feira.

O vice-presidente da Associação dos Militares Estaduais do Paraná (AMEP), Bento Eliseo Aleixo, disse que o momento é crítico e deve ser compreendido pela população. "Nosso maior interesse é servir a sociedade com qualidade. Mas, um policial com fome, devendo o aluguel, pode ter dificuldades no desempenho do seu trabalho por questões óbvias. E isso reflete diretamente no atendimento ao público", disse Aleixo.

Manifestação contou com apoio dos veranistas

O protesto realizado por policiais e bombeiros na noite deste sábado (7) contou com o apoio dos veranistas. Os servidores começaram uma caminhada do Posto Central dos Bombeiros em Guaratuba e marcharam até a praça da cidade. No trajeto, foram aplaudidos por quem estava nos restaurantes e lanchonetes. O protesto contou com a presença de cerca de 100 pessoas.

O presidente da UPCB, Henri Francis de Oliveira, disse que o objetivo pontual da manifestação é que as diárias atrasadas de janeiro e a antecipação obrigatória de fevereiro sejam pagas imediatamente, mas aponta também outras necessidades. "A proposta do governo em pagar até o carnaval o atrasado de janeiro e deixar para depois a antecipação de fevereiro prejudica os policiais e bombeiros porque eles precisam saldar as dívidas de aluguel o quanto antes", disse Henri.

Ele disse ainda que centenas de praças que foram promovidos a uma nova função ainda estão recebendo como se estivessem na graduação anterior. "Por exemplo, um cabo que foi promovido a sargento, já tem as obrigações da nova função, mas ainda recebe como cabo", explica Henri.****VIDEO****

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