Os Armazéns da Família que não estavam abrindo suas portas em função da greve dos guardas municipais voltaram a funcionar nesta quinta-feira (25). A Prefeitura contratou emergencialmente uma empresa de vigilância particular para garantir a segurança desses locais. De acordo com a assessoria de imprensa, o custo da contratação é de R$ 5 mil por dia.
Os vigilantes particulares estão atuando de 20 Armazéns da Família, cuja segurança era feita pelos guardas municipais. Segundo a Prefeitura, a contratação da empresa foi definida com o objetivo de evitar que as famílias que utilizam o programa não continuassem sendo penalizadas pelo fechamento das unidades. Levantamentos da assessoria de imprensa apontam cada Armazém da Família recebe, por dia, cerca de mil pessoas.
O Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) questiona a contratação dos vigilantes particulares sob dois aspectos: o de qualidade e financeiro. Para o Sismuc, os agentes contratados não são aptos para garantir a segurança dos Armazéns da Família, porque estariam trabalhando desarmados e sem comunicação direta com a Polícia. "Além disso, como a Prefeitura alega que não tem condições de acatar a proposta dos guardas municipais, mas tem dinheiro para contratar empresa particular de segurança?", questionou a secretária de assuntos jurídicos do sindicato, Irene Rodrigues.
Outros serviços
A greve dos guardas municipais também tem afetado diretamente outros serviços à população. Foram suspensas as atividades de esportes e lazer que eram realizadas no período noturno nos centros das praças Osvaldo Cruz e Ouvidor Pardinho, Velódromo e praça de esportes do Plínio Tourinho. De acordo com a prefeitura, 950 pessoas foram afetadas. O programa Bola Cheia, realizado em escolas municipais de bairros periféricos às sextas e sábados, das 22 às 2 horas, foi suspenso temporariamente, deixando sem atividades cerca de 2,5 mil jovens.
A segurança também foi comprometida nas áreas da educação e saúde. Das 169 escolas municipais, 125 estão sem segurança. Nas unidades de saúde, em 100 das 113 unidades também não há guardas.
Manifestações
Nesta quinta, os guardas mantiveram as manifestações pelo quarto dia consecutivo. Eles fizeram passeada pelas principais ruas do Centro e, pela tarde, se concentraram em frente à Prefeitura, para tentar uma nova rodada de negociações.
Na quarta-feira, a Justiça reconheceu o direito da categoria à greve, mas determinou que 70% dos guardas municipais permaneçam garantindo os serviços à sociedade. De acordo com a Prefeitura, o índice de guardas que assumiram seus postos de trabalho nesta quarta não chega a 30%. Segundo a assessoria de imprensa, os grevistas não estão respeitando a determinação judicial.
O Sismuc informou que ainda está definindo como vai se articular para garantir que 70% do efetivo volte a assumir seus postos, mas que avalia que não vai haver dificuldades para que isso ocorra, porque a categoria pode se organizar em escalas. "Podemos manter mais de mil guardas na rua, sem prejuízo do movimento", disse Irene Rodrigues. Até as 17h30, o sindicato ainda não tinha um balanço do percentual de guardas que efetivamente trabalharam nesta quarta.
Os guardas municipais reivindicam piso-salarial de R$ 1,3 mil, além de uma gratificação por riscos, que equivale a 50% do salário base. Na terça-feira (23), o prefeito Beto Richa ofereceu à categoria reajuste salarial de 8%, que elevaria os salários da categoria de R$ 710 para cerca de R$ 767. A Prefeitura argumenta que a proposta é boa e adequada às possibilidades orçamentárias do município. Somada à gratificação, os vencimentos dos guardas chegariam a R$ 1,3 mil.
De acordo com a assessoria de imprensa, a proposta está mantida, desde que os guardas cumpram a determinação judicial e retornem ao trabalho em um percentual de pelo menos 70%. Para o sindicato, a proposta ainda está aquém do que a categoria considera justo. "Nós deixamos uma proposta sobre a mesa. Cabe à administração dar uma resposta", pontuou Irene Rodrigues.
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