Após 78 dias de greve, os professores da rede estadual do Rio decidiram nesta quinta-feira, 24, encerrar a paralisação. A assembleia da categoria, promovida no Club Municipal, na Tijuca (zona norte), reuniu cerca de mil professores, estendeu-se por mais de quatro horas e foi bastante tumultuada.

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Um grupo de educadores protestou por considerar que o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ), que representa a categoria, adiantou-se à assembleia ao firmar um acordo, na terça-feira, 22, prevendo o fim da greve. Durante uma reunião convocada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, da qual participaram representantes do sindicato e do governo do Rio, foi firmado acordo que previa a volta às aulas, sob pena de os professores não receberem pelos dias sem trabalho.

Logo em seguida à reunião, dois dias antes da assembleia, a Secretaria Estadual da Educação divulgou nota confirmando o fim da paralisação. Nesta quinta-feira, um grupo contrário ao encerramento da greve estendeu uma faixa em que se lia "Direção pelega, com a base não tem arrego". Outros profissionais exigiram a retirada da faixa e tentaram destruí-la, mas foi estendida novamente.

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O debate envolveu até quem, segundo o Sepe-RJ, não atua na rede estadual. A produtora de cinema e ativista Elisa de Quadros Pinto Sanzi, mais conhecida como Sininho, uma das líderes das manifestações promovidas desde junho nas ruas do Rio, compareceu à reunião e fez emocionado discurso pela continuidade da paralisação. Acusada pela polícia de integrar o grupo de black blocs que tem protagonizado atos de vandalismo, ela lembrou que foi presa durante ato em defesa dos professores, no dia 14 (ela só foi libertada no sábado, 19) e que outros ativistas continuam detidos.

Também houve discursos pelo fim da greve. Ao fim do debate, a maioria decidiu retomar o trabalho. Uma votação sobre a forma de reposição acabou interrompida. O governo do Estado anunciou que "haverá aulas aos sábados e nos dias de semana após o horário de aula normal. Em princípio, a reposição de conteúdos e dias letivos irá até janeiro de 2014".

Acordo

Na reunião de terça-feira, Fux considerou que o reajuste salarial já concedido neste ano, de 8%, é bastante. Também foi definido que o sindicato participará de um grupo de trabalho para discutir questões administrativas.

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