Sete policiais civis acusados de participação em tortura aos suspeitos de matar a jovem Tayná da Silva, em junho deste ano, foram libertados na tarde desta quinta-feira (31). Os agentes estavam presos na carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), no bairro Vila Izabel, em Curitiba, e foram soltos após pagar fiança de R$ 10 mil cada um. Detidos desde julho, eles tiveram a prisão revogada pela Justiça de Colombo na última segunda (28), mas permaneceram presos por não poder arcar com o valor da fiança.
De acordo com o advogado André Romero, que representa os agentes libertados, familiares e colegas de trabalho arrecadaram o dinheiro. "Conforme já tínhamos argumentado, os policiais não tinham como pagar a fiança nesse valor [R$ 10 mil]. Desde a revogação da prisão, pessoas próximas aos policiais se mobilizaram para juntar a quantia", declarou o advogado.
Na última terça (29), a defesa dos policiais já havia entrado com um pedido de redução do valor junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Segundo Romero, o desembargador designado para o caso, Telmo Cherem, remeteu o caso à Justiça de Colombo, que ainda não havia tomado uma decisão a respeito da redução. O delegado Silvan Pereira e mais um policial, segundo Romero, já haviam sido libertados anteriormente. Pereira, que chefiava a delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, à época da morte de Tayná, saiu da carceragem do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) na noite da última segunda. O advogado informou que todos os clientes defendidos por ele no caso já estão soltos.
Futuro
Soltos após decisão da juíza Aline Passos, da 1ª Vara Criminal de Colombo, os policiais responderão em liberdade ao processo. Eles estão proibidos, no entanto, de qualquer aproximação com os quatro homens supostamente torturados.
Na revogação, a juíza argumentou não ver mais razões para manter os policiais presos, "uma vez que as supostas vítimas foram incluídas no programa de proteção às testemunhas e os réus são servidores públicos, com residência fixa, e veem colaboraram com a Justiça". A magistrada citou ainda a possibilidade de "constrangimento ilegal" aos acusados por conta do enorme lapso temporal transcorrido desde a prisão sem que o caso fosse solucionado.
O advogado Cláudio Dalledone, que defende Silvan Pereira, celebrou a decisão da juíza. "Foi uma decisão tardia, mas justa. Não havia argumentos para manter essas pessoas presas, quando os reais matadores de Tayná estão protegidos por lei", argumentou o defensor, referindo-se aos quatro funcionários do parque de diversões de Colombo inicialmente acusados do crime.
Logo após crime contra Tayná, cometido no dia 25 de julho, o quarteto preso chegou a confessar o homicídio. Dias depois, porém, os homens foram soltos alegando terem confessado o assassinato sob tortura. Por conta disso, eles acabaram incluídos no Provita - um programa de proteção a testemunhas.
A autoria do crime continua sob investigação. No último dia 10, o delegado Cristiano Quintas, da Delegacia de Homicídios (DH), pediu ao MP-PR a prorrogação do prazo para investigar o caso.
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