O tigre Hu atraiu olhares curiosos e foi a principal atração entre os animais do zoológico de Cascavel, no Oeste do Paraná, na manhã desta terça-feira (5). O felino virou notícia no Brasil e exterior depois de atacar um menino de 11 anos que teve o braço direito amputado na quarta-feira (30) da semana passada.
O garoto tentou alimentar o animal e o provocou-o correndo de um lado para o outro e subindo na grade da jaula. Ele havia pulado uma cerca de proteção, ignorou as placas de perigo e entrou em uma área proibida para visitantes.
A manhã de Hu começou com os zeladores higienizando o espaço onde vive e sua primeira refeição do dia foram vários frangos in natura. Pouco depois das 8 horas, os visitantes começaram a chegar e o felino fez questão de "desfilar" para o público e até brincou rolando no chão. Crianças e adultos ficaram encantados com o animal, que tem três anos e, desde os oito meses, mora no zoológico de Cascavel.
A dona de casa Cleomar Arrocheski, mora em Dois Vizinhos, no Sudoeste do estado, e em viagem a passeio para visitar um neto decidiu ir ao zoológico. Ela contou que sempre que viaja a Cascavel visita o zoo e lembra que mesmo fechado na jaula, é preciso ser cauteloso com relação aos animais. "Eu acho que houve um pouco de falta de atenção, [o pai] deveria segurar na mão da criança, nem posso dizer nada, mas acho que o animal não tem culpa. O bicho está preso, mas tem que ter certo cuidado porque é um animal feroz", afirmou.
O pastor evangélico Patrick Ferreira Padilha diz que o acidente foi uma sucessão de erros. "Um dos principais problemas somos nós mesmos que tiramos os animais do seu habitat natural, por mais que eles sejam de cativeiro, e os colocamos em uma jaula para ficarmos admirando. Eles têm a natureza deles e, as vezes, nós acabamos esquecendo disso". Para ele o pai também teve sua parcela de culpa por não cuidar do filho e o zoológico por não manter seguranças no local. "Hoje não cabe a nós achar o responsável porque foi um acidente, mas sim tomar as medidas de segurança necessária para que isso não volte a acontecer", disse.
A advogada Alessandra Abraão mora em Curitiba e aproveitou o passeio a Cascavel para levar a filha Rafaela para visitar o zoológico. "Eu acho que foi uma fatalidade. Fiquei com pena do menino, da família e do animal", afirmou.
Na tarde desta terça-feira (5) o delegado Denis Zórtea Merino, que preside o inquérito policial sobre o acidente, vai ouvir funcionários do zoológico. O pai do menino, Marco Rocha só deve ser ouvido após os depoimentos das demais testemunhas. Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, ele afirmou que não viu o momento em que seu filho pulou a grade de proteção que separa os visitantes das jaulas do tigre e do leão.****VIDEO****
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